" Esta semana um rapaz de 26 anos, que trabalhava como modelo,
despencou em si, de si, caiu em plena passarela da São Paulo Fashion
Week.
Foi sim prontamente socorrido, ainda que inutilmente.
Não era a velha Cacilda Becker tendo um derrame ainda vestida de
Estragon em uma encenação de ‘Waiting for Godot’, não era Ayrton Senna
esbugalhando-se em TV aberta contra um muro, era um rapaz que alugava de
forma legítima seu corpo para as roupas da nova moda, dizia-se
“manequim” antigamente, um manequim, nós manequins sobre os quais
colocamos roupas, maquiagens, manequim: o rapaz despencou em si, caiu de
si, morreu. Está morto. Seu nome era Tales Soares.
A Morte não faz despencar bolsas. Nem a Bovespa dos quatrocentões nem a Prada das quatrocentonas.
O desfile seguiu. Não. Não apenas seguiu. Foi reiniciado para que a plateia pudesse ter a experiência do desfile tal qual fora planejado, sem aquela interferência inoportuna da morte.
Estamos todos muito, muito doentes."
Por: RICARDO DOMENECK
A Morte não faz despencar bolsas. Nem a Bovespa dos quatrocentões nem a Prada das quatrocentonas.
O desfile seguiu. Não. Não apenas seguiu. Foi reiniciado para que a plateia pudesse ter a experiência do desfile tal qual fora planejado, sem aquela interferência inoportuna da morte.
Estamos todos muito, muito doentes."
Por: RICARDO DOMENECK
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