O
que vale mais?
- Árvores ou torres
empresariais?
- Árvores ou
shoppings?
- Árvores ou
viadutos?
Atualmente não apenas em Fortaleza mas também
nos demais centros urbanos do Brasil em nome da Mobilidade Urbana tudo pode. Aliás,
mobilidade urbana tornou-se a expressão da moda e parece ser uma das maiores reivindicações
dos citadinos.
Não precisa ser geógrafo, urbanista,
arquiteto ou sociólogo para perceber que as cidades brasileiras cresceram
espacialmente de forma desorganizada. Os planos diretores além de serem uma
realidade nova neste contexto são desconhecidos e desrespeitados. O ordenamento
das cidades segue a lógica da especulação imobiliária e dos interesses
privados.
Praticamente não existe nas cidades
brasileiras uma política de Estado que veja a cidade como um organismo
sistêmico. E sendo o Brasil ainda um poço de corrupção, desmandos e descasos,
nossos governantes encontraram na mobilidade urbana uma válvula de escape para
esconder a inoperância diante de outras realidades como a má qualidade da educação,
da saúde e da segurança pública. Como todos nós vivemos literalmente no
trânsito e em trânsito e este é também é um caos generalizado que nos deixa nervosos
e estressados e faz a cidade parar, ver qualquer iniciativa que prometa pelo
menos diminuir tal situação parece ser
bem-vinda.
É neste contexto que surgem as famigeradas
obras. E obras enchem os olhos, principalmente dos desenvolvimentistas, dos
olhos cheios de remela e que também são cegos diante de uma reflexão um pouco
mais apurada. Vale lembrar também que obras “dá Ibope” para o governante de
plantão e claro, nenhuma obra no Brasil é feita sem uma pitada generosa de
roubo.
Assim, temos aqui em Fortaleza a mais nova
grande obra na agulha o viaduto que vai desafogar o trânsito em uma das “áreas
nobres” da cidade. Localizado entre as avenidas Antônio Sales e Engenheiro
Santana Júnior este empreendimento é defendido com unhas e dentes pelo Prefeito
Roberto Cláudio, pelo governador Cid Gomes e como afirma a nada imparcial
imprensa local, a obra é também defendida pela maioria da população.
Quem defende a obra pode ser enquadrado em
uma das situações abaixo:
- É amigo da dupla dinâmica;
- É dono de empreiteira;
- Parlamentares prostituídos;
- Operadores da Justiça parciais;
-
Mamadores das tetas do governo (fornecedores, agências de propaganda, cargos
comissionados, funcionários fantasmas, amantes...)
- As
elites que só andam de automóvel, normalmente sozinhos dentro do carro;
- Pseudo-intelectuais;
- Pseudo-estudiosos;
- Ou
simplesmente ignorantes.