A jornalista Miriam Leitão e o marido, o sociólogo Sérgio Abranches,
foram desconvidados da Feira do Livro em Jaraguá do Sul (SC), depois de
centenas de ameaças de uma milícia virtual, cuja brutalidade visava
tornar-se presencial para agredir os dois, caso comparecessem ao evento.
Bolsonaristas tentam impedir palestra do jornalista Glenn Greenwald,
editor do Intercept Brasil na Flip, em Paraty. Para intimidar os
participantes, atiraram rojões contra o público, usaram canetas laser, e
fizeram barulho para dificultar as falas.
Madeireiros queimam um caminhão do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), depois de bloquearem o caminho e
renderem o motorista em uma estrada, no estado de Rondônia.
Esses fatos aconteceram na sequência de poucos dias.
No primeiro caso, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL),
manifestou-se mentindo a respeito de Miriam Leitão, dizendo que ela
participara da Guerrilha do Araguaia, de modo a desqualificá-la. Mentiu
também ao dizer que ela nunca fora torturada, quando presa pelo
Exército, na década de 1970.
Quanto ao jornalista Greenwald, ele vem sendo classificado como
“criminoso” pela pandilha de extrema direita, devido à divulgação de
diálogos comprometedores do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores de
Curitiba.
Poucos dias depois do atentado contra o Ibama, o ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles (partido Novo) visita madeireiros em Rondônia.
Ontem, três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) interromperam
reunião no sindicato dos professores do Amazonas, que organizava
protesto por ocasião da visita de Bolsonaro a Manaus, que será realizada
hoje. Disseram estar cumprindo determinação do Exército, que negou ter
dado a ordem.
Se você é daqueles que vê tudo isso com naturalidade, das duas uma:
ou não tem a mínima ideia do risco que a democracia está correndo ou é
simplesmente mais um simpatizante ou militante da extrema direita, um
“fã” do bolsonarismo.
Por: Plinio Bortolotti.
Jornalista.
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