Durante a Idade Média as cidades se fecharam. Foram construídos enormes muros ao seu redor e a entrada de pessoas só era possível por um grande portão, também chamado de ponte levadiça que se abria deitando-se sobre um fosso profundo normalmente cheio de água e em algumas vezes com óleo inflamável ou com animais carnívoros. Eram as Cidades-estado; concentradoras de riquezas, excludentes e escravista.
Cidade-estado
Ponte levadiça
Cidade-Estado
Passados séculos a história não mudou, quer dizer mudou sim e para pior. Não temos apenas Cidades-Estados, agora temos Estados-Nações. Não termos mais pontes levadiças mas os muros invisíveis e os muito, muito visíveis nunca estiveram tão presentes em nossa realidade atual.
Muro construído na Bulgária contra imigrantes
Estamos vivendo uma mudança nos rumos da humanidade. Lembram das divisões clássicas da História e os respectivos eventos que as marcaram? Pois bem, estamos no meio de uma dessas grandes mudanças. No mundo chamado de civilizado os crimes contra a humanidade tem tomado dimensões catastróficas.
Falo da atual crise migratória. Não via-se algo tão alarmante deste a segunda Guerra Mundial. De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 2,5 mil imigrantes se afogaram no mar Mediterrâneo neste ano vítimas dos muitos barcos superlotados que tentam chegar à costa da Itália e da Grécia.
O fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria e do norte da África na tentativa de alcançar a Europa já é muito maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Números recentes mostram que milhares de pessoas estão usando uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países do norte da União Europeia (UE). Na última semana, novas tragédias voltaram a expor ao mundo a gravidade do problema.
Mais de 300 mil imigrantes já arriscaram suas vidas tentando atravessar o Mediterrâneo neste ano, segundo as Nações Unidas. Em todo o ano passado, foram 219 mil pessoas. Cerca de 200 mil pessoas desembarcaram na Grécia desde janeiro, enquanto outras 110 mil chegaram à Itália.
A maioria dos que chegam às terras gregas optam pela viagem relativamente curta entre a Turquia e as ilhas de Kos, Chios, Lesvos e Samos – em frágeis botes de borracha ou em pequenos barcos de madeira. A viagem entre a Líbia e a Itália é mais longa e arriscada. Somente neste ano de 2015 foram registrados os seguintes casos:
Dois barcos com cerca de 500 imigrantes afundaram após deixar Zuwara, na Líbia, em 27 de agosto . Corpos de ao menos 71 pessoas, que podem ser imigrantes sírios, foram descobertos em um caminhão abandonado na Áustria, também em 27 de agosto. Naufrágio nos arredores da ilha de Lampedusa, na Itália, matou cerca de 800 pessoas em 19 de abril. Ao menos 300 imigrantes se afogaram ao tentar atravessar as águas agitadas do Mediterrâneo em fevereiro
Sobreviventes frequentemente relatam violência e abusos cometidos por traficantes de pessoas. Muitos imigrantes pagam milhares de dólares aos criminosos, e também é comum que sejam alvos de roubos. O caos na Líbia têm deixado os traficantes de pessoas livres para explorar os imigrantes.
De onde eles vêm?
O maior grupo de imigrantes é de sírios, que fogem da violenta guerra civil em curso no país. Afegãos e eritreus vêm em seguida, geralmente tentando escapar da pobreza e de violações aos direitos humanos.
Os grupos originários da Nigéria e do Kosovo também são grandes – pobres e marginalizados integrantes do povo roma (cigano) são boa parte dos imigrantes vindos do último país. Na Itália, pessoas que chegam da Eritreia formam o maior grupo, seguidas por aquelas que vêm da Nigéria. Na Grécia, porém, os sírios formam a maior população, seguidos pelos afegãos.
QUANDO CONSEGUEM CHEGAR VIVOS NA EUROPA SÃO TRATADOS COMO LIXO.
Para onde eles vão depois?
País da União Europeia que mais recebe pedidos de asilo, a Alemanha espera a chegada de cerca de 800 mil refugiados neste ano. Rastreamentos recentes mostram milhares de pessoas tentando alcançar a Alemanha e outros países da UE por meio da Grécia e pelo oeste dos Bálcãs. Espera-se que cerca de 3 mil pessoas atravessem a Macedônia todos os dias nos próximos meses, segundo a ONU.
Muitos então chegam à Sérvia, que diz já ter registrado a presença de 90 mil imigrantes neste ano. Eles seguem para a Hungria e outros países signatários Tratado de Schengen, entre os quais é mais fácil cruzar fronteiras sem ter de mostrar um passaporte ou outro documento.
Só em julho, 34 mil pessoas foram detectadas tentando atravessar a fronteira entre a Sérvia e a Hungria.
Diante desse fluxo, a Hungria está construindo uma barreira de 175 km para impedir a entrada de imigrantes. E avisou a seus parceiros de União Europeia a não enviarem de volta os migrantes que chegam por meio de seu território.
A Convenção de Dublin, princípio central para lidar com pedidos de asilo na União Europeia, diz que a responsabilidade de examinar uma solicitação é do primeiro país do bloco em que a pessoa em questão pisou.
Outros países enfrentam problemas com o aumento da chegada de imigrantes. A Áustria, por exemplo, espera receber 80 mil pedidos de asilo neste ano.
Enquanto isso, milhares estão acampados no entorno de Calais, no norte da França. Muitos deles arriscam suas vidas tentando atravessar o canal da Mancha clandestinamente em direção ao Reino Unido.
A quem pertence o mundo? Não seria o mundo de todos nós? Por acaso não somos uma única raça? Por que não conseguimos dividir? Por que não queremos conviver com o nosso próximo, com o nosso semelhante com o nosso igual?
O que estamos assistindo é o resultado da exploração do homem pelo homem. O que estamos vendo é a expressão máxima da podridão do sistema capitalista. O que estamos presenciando é a consequencia nefasta de governos ditatorias, do mercantilismo e imperialismo amplamente praticamente pela europa junto a África, Ásia e porque não dizer no resto do mundo.
Sabe gente, estamos no limiar.
Ah, ia esquecendo, aqui no Brasil tem pessoas tratando os imigrantes haitianos como lixo e escória. Até tentativa de assassinato já houve.
Concluo com imagens aterradoras do desprezo pela vida humana por parte das nações civilizadas.
" Assim procedeu o povo e na madrugada do sétimo dia se levantaram, tocaram os sacerdotes as buzinas, e o povo gritou. As muralhas caíram. O povo tomou posse de tudo que havia nela, somente Raabe, uma prostituta da cidade, que havia escondido os mensageiros enviados antes, para espionar a terra e toda sua família foi poupada. Além de ajudar os israelitas, a atitude de abrigar os espiões indicava que ela estava disposta a ajudar os deuses pagãos que o povo de Jericó servia. Fora isso, tudo povo de Jericó foi derrotado ao fio da espada. Tudo que havia na cidade foi queimado, e somente a prata, o ouro, e os vasos de metal e de ferro ficaram, a fim de serem tesouros da casa do Senhor. "
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