Guardando as devidas proporções a escola é tão bela, complexa e perigosa como o universo. É o espaço onde podemos reproduzir e alimentar os vícios e doenças da sociedade bem como destruí-los. O que mais me incomoda são os estereótipos e determinadas culturas secularmente regadas.
- Estudantes só fazem trabalhos se " valer" ponto;
- Estudantes só vem pra aula dia de sábado só se " valer" ponto;
- Os estudantes " não querem nada";
- Aula com filmes " não é aula";
- Professores de Humanas são " de boa";
- Professores de Exatas são "demônios";
- Conselho de classe é " pra lascar" os alunos;
- Estudantes não tem condições de se autoavaliar;
- Estudantes não tem condições para avaliar professores;
Posso continuar listando uma série de diarréias mentais produzidas no espaço escolar até dar uma dor. Mas, por enquanto faço apenas algumas considerações sobre Conselhos de Classe.
O Conselho de classe é um dos vários mecanismos que possibilitam a gestão democrática na instituição escolar. A gestão democrática esta prevista na LDB 9394/96 em seu artigo 14:
Art. 14.
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
A finalidade primeira dos conselhos de classe é diagnosticar
problemas e apontar soluções tanto em relação aos alunos e turmas,
quanto aos docentes.
Na prática acaba por avaliar alguns alunos e/ou turmas e a própria prática pedagógica da escola. Normalmente os conselhos acontecem nos fins de bimestres ou semestres, onde são discutidos encaminhamentos
pedagógicos, notas e comportamento de alunos.
Quando necessário o conselho de classe decide se um aluno será retido ou não.
Se não é bem conduzido, o Conselho acaba se atendo somente a questões
dos alunos e suas notas e comportamentos, sem avaliar a própria prática
educativa da escola. Ao invés de discutir o aluno de modo integral, os
professores acabam acentuando apenas seus pontos negativos.
Em uma escola onde a gestão democrática é realidade, o conselho de
classe desempenha o papel de avaliação dos alunos e de auto-avaliação de
suas práticas, com o objetivo de diagnosticar a razão das dificuldades
dos alunos, e apontar as mudanças necessárias nos encaminhamentos
pedagógicos para superar tais dificuldades. Para tanto, as reuniões do Conselho não devem se ater somente aos momentos de “fechar as notas”.
O Conselho deve servir para para o compartilhamento de juízos, processos avaliativos e de aprendizagens além da troca de experiências docentes.Constituiu-se “institucionalmente” para que professores tenham tempo e espaço de compartilhar suas observações sobre os alunos e decidir com seriedade quanto a futuras estratégias pedagógicas.
Conselho de Classe delibera ações futuras e compartilhadas sobre casos individuais e/ou de grupo. Seu propósito é uma leitura integral e interdisciplinar de aluno por aluno pelo coletivo dos professores em determinados momentos do processo (não ao final de, porque nunca termina) trocando pontos de vista, refletindo sobre concepções pedagógicas e deliberando sobre as estratégias de continuidade da ação educativa.
Para que isso aconteça é necessária a presença de um mediador que assegure o diálogo profícuo entre os professores. Da mesma forma, assegura-se mais atenção a quem mais precisa. É saudável e necessário seguir o princípio de dedicar um tempo maior a alguns alunos e/ou a algumas turmas.
Um princípio precisa ser lembrado todo o tempo: questões atitudinais, fatores emocionais, de saúde e familiares não explicam todas as questões de aprendizagem.
O Conselho de Classe constitui sua história. Os princípios de continuidade, evolução, crescimento também se fazem sentir nesses momentos.
Conselho de Classe delibera ações futuras e compartilhadas sobre casos individuais e/ou de grupo. Seu propósito é uma leitura integral e interdisciplinar de aluno por aluno pelo coletivo dos professores em determinados momentos do processo (não ao final de, porque nunca termina) trocando pontos de vista, refletindo sobre concepções pedagógicas e deliberando sobre as estratégias de continuidade da ação educativa.
Para que isso aconteça é necessária a presença de um mediador que assegure o diálogo profícuo entre os professores. Da mesma forma, assegura-se mais atenção a quem mais precisa. É saudável e necessário seguir o princípio de dedicar um tempo maior a alguns alunos e/ou a algumas turmas.
Um princípio precisa ser lembrado todo o tempo: questões atitudinais, fatores emocionais, de saúde e familiares não explicam todas as questões de aprendizagem.
O Conselho de Classe constitui sua história. Os princípios de continuidade, evolução, crescimento também se fazem sentir nesses momentos.
É necessária constituição do dossiê dos alunos pelos professores, nas salas de aula e nas escolas. Por mais trabalhoso que possa significar, é preciso o arquivamento de um conjunto de tarefas em evolução, para uma visão de conjunto sobre a trajetória de aprendizagem. Não há regras para isso, nem se deve uniformizar o processo (arquivar a mesma tarefa, de todos os alunos em algum momento). Cabe ao professor essa seleção de testes e tarefas que considera importantes para o acompanhamento de etapas evolutivas. Que se façam comentários nessas tarefas para resgatar, futuramente, o significado de seu arquivamento, articulando-as com as observações seguintes.
Senhores e senhoras há mais um monte de coisas a dizer sobre Conselho de Classe, mas por enquanto é só depois voltaremos. Termino afirmando que:
Conselho de classe não é UMA PORRA LOUCA QUALQUER.
Henrique Gomes de Lima - Professor Ridículo.
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