Para
onde caminha a cidade de Fortaleza? Eu caminho, tu caminhas. Fortaleza está
caminhando? Para onde? Qual a velocidade e firmeza dos passos. Em que solo são
feitas as pegadas? É litólico, podzólico, bruno-cálcico ou será halófitos?
Quando
analisamos as plantas históricas de Fortaleza e atentamos para sua expansão
territorial podem ser verificadas mudanças de olhares do fortalezense bem como
as intervenções e os desmantelos protagonizados pelos administradores.
Na
verdade não houve, não há e não existe previsão orgânica, real e legítima que
aponte para um planejamento urbano com uma visão holística e de futuro para o
tecido urbano da cidade de Fortaleza. Esta constatação vem das análises das
tantas plantas e cartas que retratam a cidade. A título de informação
registramos a primeira Planta da Cidade de Fortaleza, de 1726 e desenhada pelo
Capitão-mor do período, Manuel Francês; a planta datada de 1850 e organizada
pelo coordenador da Câmara Municipal, Antônio Simões Ferreira de Farias e a
Planta Topográfica de Fortaleza e Subúrbios, de 1875, elaborada por Adolfo
Herbster, nome de grande destaque na história da forma urbis fortalezense.
Estes
trabalhos, apesar de muito relevantes, apenas retratam e registram a situação
do momento e não se percebe uma intenção ou um prognóstico de projeto de
ordenamento do espaço da cidade para um futuro.
Fortaleza
cresceu, cresceu e cresceu. Cresceu tanto que inchou e está prestes e explodir.
Não existe planejamento para a cidade. Entra prefeito e sai prefeito e cada um
faz o que dá na telha. Não existe uma postura de compromisso público e sim
ações pontuais e conduzidas ao sabor dos interesses econômicos de plantão.
Dos
últimos administradores que a cidade teve, parece que só o velho Juraci Vieira
de Magalhães tentou pensar a cidade como um todo, no que se refere a obras de
infraestrutura.
Temos
agora uma gestão cujo prefeito nem conhece a cidade. Mal anda por ela.
E
como é moda, mobilidade urbana é a bola da vez. É o que alimenta os discursos
calorosos. É também o que parece acalmar a população insatisfeita.
Então,
em nome da mobilidade vamos desmatar o restinho de cobertura vegetal que
possuímos, vamos aterrar as lagoas e canalizar os rios.
Vamos
reduzir o IPI para aumentar a compra de carros e continuar o abandono ao
transporte público.
- Eita cidade boa!
- Cidade - sede da alegria!
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