quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fortaleza, a loira sem " Eira nem Beira" exposta ao sol.



Para onde caminha a cidade de Fortaleza? Eu caminho, tu caminhas. Fortaleza está caminhando? Para onde? Qual a velocidade e firmeza dos passos. Em que solo são feitas as pegadas? É litólico, podzólico, bruno-cálcico ou será halófitos?

Quando analisamos as plantas históricas de Fortaleza e atentamos para sua expansão territorial podem ser verificadas mudanças de olhares do fortalezense bem como as intervenções e os desmantelos protagonizados pelos administradores.  

Na verdade não houve, não há e não existe previsão orgânica, real e legítima que aponte para um planejamento urbano com uma visão holística e de futuro para o tecido urbano da cidade de Fortaleza. Esta constatação vem das análises das tantas plantas e cartas que retratam a cidade. A título de informação registramos a primeira Planta da Cidade de Fortaleza, de 1726 e desenhada pelo Capitão-mor do período, Manuel Francês; a planta datada de 1850 e organizada pelo coordenador da Câmara Municipal, Antônio Simões Ferreira de Farias e a Planta Topográfica de Fortaleza e Subúrbios, de 1875, elaborada por Adolfo Herbster, nome de grande destaque na história da forma urbis fortalezense.

Estes trabalhos, apesar de muito relevantes, apenas retratam e registram a situação do momento e não se percebe uma intenção ou um prognóstico de projeto de ordenamento do espaço da cidade para um futuro.

Fortaleza cresceu, cresceu e cresceu. Cresceu tanto que inchou e está prestes e explodir. Não existe planejamento para a cidade. Entra prefeito e sai prefeito e cada um faz o que dá na telha. Não existe uma postura de compromisso público e sim ações pontuais e conduzidas ao sabor dos interesses econômicos de plantão.
Dos últimos administradores que a cidade teve, parece que só o velho Juraci Vieira de Magalhães tentou pensar a cidade como um todo, no que se refere a obras de infraestrutura.

Temos agora uma gestão cujo prefeito nem conhece a cidade. Mal anda por ela.

E como é moda, mobilidade urbana é a bola da vez. É o que alimenta os discursos calorosos. É também o que parece acalmar a população insatisfeita.

Então, em nome da mobilidade vamos desmatar o restinho de cobertura vegetal que possuímos, vamos aterrar as lagoas e canalizar os rios. 

Vamos reduzir o IPI para aumentar a compra de carros e continuar o abandono ao transporte público.

- Eita cidade boa!
- Cidade - sede da alegria!

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