Por: Henrique Gomes
de Lima.*
Só
amamos o que conhecemos e só podemos nos educar em comunhão. Assim sendo, é a
Geografia uma das áreas do conhecimento que pode contribuir para uma práxis
verdadeira, orgânica e consciente. E realizar tal tarefa não é para qualquer
indivíduo. A licença concedida pelo diploma universitário nem de longe garante
uma prática reflexiva.
Fazer
Geografia é ter muito claro sua finalidade, é saber que o conhecimento geográfico
tira “a remela” dos olhos, o excesso de cerume dos ouvidos, as travas da língua,
o “ceroto” da pele e ainda ajuda a rasgar o véu da ignorância. Devemos fazer
Geografia para que as pessoas consigam sentir o cheiro dos lugares, o som das
palavras ou perceber os espectros que escondem a realidade.
E
a quem deve servir essa Geografia? Aos homens e às mulheres livres e não livres;
aos jovens, às crianças e aos idosos. Às comunidades, aos guetos, às diversas
tribos sejam do campo, da cidade ou da floresta. E deve dirigir-se ainda
principalmente para quem não a quer.
Essa Geografia é feita quando oportunizamos aos estudantes a pedagogia do encontro e do diálogo. É uma Geografia feita com sons, cheiros, sabores, movimentos e pausas. Ela deve levar-lhe para caminhar com os cegos e com estes tocar os elementos, dançar com o hiperativo e sorrir com o down.
Façamos
uma Geografia da vida que possa correr pelo corpo como correm os rios pelas
entranhas da terra; que faça das palavras soltas ideias que coloquem a sociedade
para tremer e que as imagens cambiantes das paisagens sejam percebidas como a
simplicidade do arrepio da pele.
*Professor de Geografia,
simplesmente.
Um comentário:
Agora se me perguntarem para o que a geografia serve, saberei exatamente uq responder. Obrigada por ser essa pessoa incrível e espontânea professor Henrique.
Postar um comentário