quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Escola presta pra alguma coisa. Não sei pra que, mas presta.

É com muita satisfação que divulgo no meu blog o texto de Deivid Mota Santana. Um rapaz admirável. Centrado sem ser bitolado, elegante e engraçado. Foi meu aluno no 1º ano do ensino médio na Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra. Seu trabalho faz uma exposição crítica sobre a realização dos Jogos da Copa do Mundo na cidade de Fortaleza. Merece ser lido. Esta produção foi agraciada com o 1º lugar no concurso de redação da instituição. 
Arena Castelão: O outro lado da bola
            Fortaleza, conhecida por suas belezas naturais e por seu povo alegre e hospitaleiro. Toda a nossa culinária, nossa cultura e o carinho cearense está reservada para quem vem conhecer a nossa terra. Uma das capitais mais visitadas por turistas nacionais e internacionais durante todo o ano.

            A Copa do Mundo FIFA 2014 está dando à Terra da Luz a oportunidade de mostrar ao mundo porque é a Cidade-Sede da alegria. Mas os fortalezenses se deparam com uma importante questão: será viável e positivo para a cidade sediar um evento de tamanho porte?

            A Arena Castelão, que abrigou os jogos da Copa das Confederações em 2013, na capital do Ceará, foi a primeira arena a ficar pronta entre todas as cidades-sede; por outro lado, ao sair do estádio, os possíveis problemas relativos à mobilidade tornam-se visíveis. Para o professor Renato Pequeno, mesmo que sejam concluídas as obras de mobilidade urbana, como, por exemplo, o alargamento da Avenida Alberto Craveiro, a construção de uma rotatória ao lado do estádio e a construção de um túnel por baixo da rotatória que ligará a Avenida Paulino Rocha à Via Expressa, no tempo previsto para os jogos, essas obras de mobilidade não correspondem às principais dificuldades de mobilidade urbana que a cidade enfrenta.

            Muitos defendem que a realização da Copa irá atrair grande quantidade de turistas para o país, gerando lucro para empresas, empregos para os brasileiros e exaltar o espírito nacionalista do povo. Além das melhorias no sistema de telecomunicações, principalmente internet e celulares, visando atender a alta demanda durante os dias do evento. Estas melhorias serão usufruídas pelos brasileiros durante e após a Copa. Entretanto, o impacto social provocado pela construção e reforma do estádio Castelão é questionável. São obras que estão levando a milhares de remoções. Famílias estão sendo destinadas a morar em espaços mais periféricos: as obras estão gerando exclusão social e territorial. Além disso, os arredores da Arena há áreas bem mais densas e pobres, cheia de favelas e com muitas áreas de ocupação. É válido ressaltar sobre os milhões gastos que não foram direcionados à saúde, educação e segurança; motivo de várias manifestações públicas que acontecem até os dias atuais.

            É fundamental que não só os fortalezenses, mas todo o povo brasileiro não se esqueça dos problemas sociais e políticos que existem no país e tenham a ciência de que os aspectos negativos desse evento podem se sobrepor às vantagens, se não houver uma constante fiscalização por parte da população que viabiliza a permanência da qualidade dessas obras. Outro ponto importante seria se o Governo Federal e entidades privadas investissem em transporte, habitação, viadutos, obras de sinalização e promoção de acessibilidade, investimentos esses que mesmo depois de terminado o evento continuarão no país beneficiando toda a sua população e não só as cidades-sede.

            Por tudo isso, e mesmo com as ressalvas colocadas, acredito e espero que tenhamos uma excelente Copa do Mundo em Fortaleza. Bom, mas como torcedor, é óbvio que vou “curtir muito” ter um resultado positivo. Sempre atento para que as coisas aconteçam corretamente.

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