É com muita satisfação que divulgo no meu blog o texto de Deivid Mota Santana. Um rapaz admirável. Centrado sem ser bitolado, elegante e engraçado. Foi meu aluno no 1º ano do ensino médio na Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra. Seu trabalho faz uma exposição crítica sobre a realização dos Jogos da Copa do Mundo na cidade de Fortaleza. Merece ser lido. Esta produção foi agraciada com o 1º lugar no concurso de redação da instituição.
Arena Castelão: O outro lado da bola
Fortaleza, conhecida por suas
belezas naturais e por seu povo alegre e hospitaleiro. Toda a nossa culinária,
nossa cultura e o carinho cearense está reservada para quem vem conhecer a
nossa terra. Uma das capitais mais visitadas por turistas nacionais e internacionais
durante todo o ano.
A Copa do Mundo FIFA 2014 está dando
à Terra da Luz a oportunidade de mostrar ao mundo porque é a Cidade-Sede da
alegria. Mas os fortalezenses se deparam com uma importante questão: será
viável e positivo para a cidade sediar um evento de tamanho porte?
A Arena Castelão, que abrigou os
jogos da Copa das Confederações em 2013, na capital do Ceará, foi a primeira
arena a ficar pronta entre todas as cidades-sede; por outro lado, ao sair do
estádio, os possíveis problemas relativos à mobilidade tornam-se visíveis. Para
o professor Renato Pequeno, mesmo que sejam concluídas as obras de mobilidade
urbana, como, por exemplo, o alargamento da Avenida Alberto Craveiro, a
construção de uma rotatória ao lado do estádio e a construção de um túnel por
baixo da rotatória que ligará a Avenida Paulino Rocha à Via Expressa, no tempo
previsto para os jogos, essas obras de mobilidade não correspondem às
principais dificuldades de mobilidade urbana que a cidade enfrenta.
Muitos defendem que a realização da
Copa irá atrair grande quantidade de turistas para o país, gerando lucro para
empresas, empregos para os brasileiros e exaltar o espírito nacionalista do
povo. Além das melhorias no sistema de telecomunicações, principalmente
internet e celulares, visando atender a alta demanda durante os dias do evento.
Estas melhorias serão usufruídas pelos brasileiros durante e após a Copa.
Entretanto, o impacto social provocado pela construção e reforma do estádio
Castelão é questionável. São obras que estão levando a milhares de remoções. Famílias
estão sendo destinadas a morar em espaços mais periféricos: as obras estão
gerando exclusão social e territorial. Além disso, os arredores da Arena há
áreas bem mais densas e pobres, cheia de favelas e com muitas áreas de
ocupação. É válido ressaltar sobre os milhões gastos que não foram direcionados
à saúde, educação e segurança; motivo de várias manifestações públicas que
acontecem até os dias atuais.
É fundamental que não só os fortalezenses, mas todo o povo brasileiro não se esqueça dos problemas sociais
e políticos que existem no país e tenham a ciência de que os aspectos negativos
desse evento podem se sobrepor às vantagens, se não houver uma constante
fiscalização por parte da população que viabiliza a permanência da qualidade
dessas obras. Outro ponto importante seria se o Governo Federal e entidades
privadas investissem em transporte, habitação, viadutos, obras de sinalização e
promoção de acessibilidade, investimentos esses que mesmo depois de terminado o
evento continuarão no país beneficiando toda a sua população e não só as
cidades-sede.
Por tudo isso, e mesmo com as
ressalvas colocadas, acredito e espero que tenhamos uma excelente Copa do Mundo
em Fortaleza. Bom, mas como torcedor, é óbvio que vou “curtir muito” ter um
resultado positivo. Sempre atento para que as coisas aconteçam corretamente.
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