UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS DA
ARTE
PROFESSOR: Dr. DILMAR S. MIRANDA
ALUNO: HENRIQUE GOMES DE LIMA
AVALIAÇÃO FINAL DA DISCIPLINA
QUESTÕES PROPOSTAS PARA DISCUSSÃO
1. Durante todo o curso deparamo-nos com
vários conceitos a respeito da arte. Discorra sobre esta questão, desenvolvendo
sua própria concepção.
- São várias as hipóteses que apontam e sugerem as origens das artes. Analise-as.
3.
Destaque
e analise os cânone(s) relevante(s) das diferentes doutrinas de cada momento da
história da arte ocidental.
4.
Em
vários momentos do curso, refletimos sobre o processo de efetivação da obra de
arte na sociabilidade. Qual sua opinião sobre este tema?
5.
A
arte ocidental sempre tendeu ao processo de autonomização. Analise os tipos de
autonomia que ela buscou.
6.
Qual
a diferença entre o conceito de belo-em-si e o ideal de belo, e quando, na
história do pensamento estético ocidental, se processou tal distinção?
7.
Em
que o movimento artístico-cultural Renascimento tem, paradoxalmente, de
retomada e/ou ruptura com a tradição clássica grega.
8.
O
que é arte hoje?
Questão alternativa - Desenvolva a seguinte proposta de
trabalho do seguimento Fundamentos
Filosóficos e Sociológicos da Arte:
Considerando todo o teor visto e analisado durante o curso e
os debates em sala de aula, a bibliografia indicada, os diversos vídeos
apresentados, o filme exibido (Agonia e Êxtase) bem como trechos de
outros filmes, problematize uma questão e desenvolva-a.
QUESTÃO 01.
CONCEITUANDO ARTE
A Arte é a expressão do
belo. Esta definição, comum até há algumas décadas, conduz a outra questão: O
que é belo? Aí, a resposta se torna bem mais complicada. O que é motivo
de escárnio para uns, transforma-se em emoção para outros. Arte é contradição.
O artista interpreta o mundo em que vive e não pode estar alheio às mudanças da
própria sociedade. Caminha com elas e até adiante delas, provocando escândalo
e reações iradas dos mais conservadores. O artista não busca a
unanimidade; não é um copista, é um desbravador: busca o diferente onde todo mundo só vê o igual.
Estudiosos
da questão afirmam que e vivência em arte requer um saber historicamente
construído, um fazer consciente e um sentir subjetivo. Cabe portanto, aos
indivíduos buscar tais experiências, perceber e sentir o que se convencionou
chamar de experiência estética. Diante disso, o expectador tem que perceber que
o artista
é, acima de tudo, um inconformado. Não segue a corrente, mas luta contra ela. É
um visionário, que almeja dar à sociedade onde vive um enfoque que nem ela
consegue, ainda ver. E é por isso que os movimentos, via de regra, sofrem forte
oposição em seu início, para serem compreendidos bem mais tarde, quando a
idealização artística passa a ser assimilada. Compreender as manifestações
artísticas é a nosso ver um dos caminhos para a construção do conceito de Arte.
A
enciclopédia Encarta (edição em inglês) define, a seu modo, o que é arte:
"Arte é uma atividade regular e disciplinada,
que pode estar limitada à habilidade, como pode também se expandir, criando uma
visão distinta e peculiar do mundo. A palavra arte é derivada do latim ars, significando habilidade. A arte é, pois, a habilidade de
desenvolver um conjunto de ações especializadas, desde a jardinagem ao jogo de
xadrez. Entretanto, dentro de um entendimento mais específico, arte envolve não apenas habilidade
mas sobretudo imaginação, seja na música, na literatura, na apresentação visual
ou na interpretação."
Com o
passar do tempo histórico e de suas impressões materiais e imateriais no espaço
geográfico, percebe-se que nos tempos atuais há uma tendência de levar em
consideração a esperiência estética do apreciador e chegamos a uma conclusão de
que arte é a interpretação peculiar de alguém, diante
dos acontecimentos passados, ou diante do comportamento social hoje e de seus
supostos desdobramentos futuros, que anunciam modificações significativas no
mundo todo ou em regiões específicas, despercebidas, por ora, ao cidadão
comum, mas que são captadas e materializadas na pauta de um compositor, na pena
de um poeta, nos pincéis de um pintor,
no cinzel de um escultor ou ainda na expressividade de um ator.
Se tal não acontecer, então não estamos mais diante
de uma manifestação artística, mas de artesanato, também uma expressão do belo
mas sem a mensagem profunda que só o artista verdadeiro consegue transmitir. Mas
se, por um lado, o artista é único e insubstituível na interpretação do seu
universo, por outro, ele é em muito o produto da sociedade em que vive. É a
sociedade que lhe proporciona conhecimento, visão de conjunto e toda uma
infra-estrutura que lhe permite expressar seus sentimentos. É ela, a sociedade,
que chancela sua criação, aprovando ou reprovando, mas sempre reagindo, de
alguma forma, frente à obra criada.
Então, arte implica na interação contínua e constante entre o artista e a
sociedade. Não importa qual a reação do público, se positiva ou negativa, o que
importa é que o artista conseguiu "incomodar", provocando um retorno
diante de seu trabalho. O inconformismo do artista diante do mundo, traduzido
em sua obra, só é válido na medida em que desperta sentimentos em quem
contempla o trabalho. A apatia é a inimiga número um da arte.
Nossa
reflexão enquanto profissionais da educação e que vivemos o dia-a-dia das
relações concretas com estudantes vem no sentido de nos colocarmos como
provocadores dessa discussão. Fornecer os elementos subjetivos e práticos para
que nossos educandos possam vivenciar experiencias estéticas de forma
consciente e assim ter a oprtunidade de criar sua conceituação. Claro que antes
se faz necessário que o educador também tenha passado por esse processo de
sedimentação para que seu labor se torne significante e verdadeiro.
QUESTÃO
02.
HISTORIANDO
A ARTE
Conforme afirmamos no
texto anterior a Arte é normalmente é entendida como a atividade humana ligada a
manifestações de ordem estética (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) por parte do ser humano, feita
com a intenção de estimular os sentidos, bem como transmitir emoções e/ou idéias. A definição de arte,
no entanto, é fruto de um processo sócio-cultural e depende do momento
histórico em questão, variando bastante ao longo do tempo.
Originalmente, a arte poderia
ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para
realizar determinadas habilidades. Esse é o sentido usado em termos como "artes marciais". Este era o sentido que
os gregos, na época clássica (séc. V a.C.), entendiam a arte: não existia a
palavra arte no sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual
originou-se a palavra "técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles,
havia a arte, ou técnica, de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios. No
sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade
artística. Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a
qualquer perícia ou maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte passou a ser
visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser classificada
no meio da religião e da ciência".
A arte existe desde que há
indícios do ser humano na Terra. Mesmo sabendo que nesse período, ainda não
houvesse o despertar da fruição. Ao
longo do tempo, a função da arte tem sido vista como um meio de espelhar nosso
mundo (naturalismo), para decorar o dia-a-dia e
para explicar e descrever a história e os diversos eus que existem
dentro de um só ser (como pode ser visto na literatura), e para ajudar a explorar o mundo e o próprio homem.
Percebe-se portanto que o
processo artístico, contribuiu de forma expressiva para o caminho civilizatório
dos diversos grupos humanos em todos os cantos do planeta. Entedemos aqui “
processo civilizatório” como a construção de identidades e de consciência.
Os historiadores de arte
buscam determinar os períodos que empregam certo estilo estético,
denominando-os por 'movimentos
artísticos'. A arte registra as idéias e os ideais das culturas e etnias, sendo
assim, importante para a compreensão da história do Homem e do mundo.
Formas artísticas podem
extrapolar a realidade, exagerar coisas aceitas ou simplesmente criar novas
formas de se perceber a realidade. Em algumas sociedades, as pessoas consideram que a arte pertence à
pessoa que a criou. Geralmente consideram que o artista usou o seu talento intrínseco na sua criação. Essa visão
(geralmente da maior parte da cultura ocidental) reza que um trabalho artístico é propriedade do artista. Outra maneira de se pensar sobre talento
é como se fosse um dom individual do artista. Os povos judeus, cristãos e muçulmanos possuem esta visão sobre a arte.
Outras sociedades consideram
que o trabalho artístico pertence à comunidade. O pensamento é levado de acordo
com a convicção de que a comunidade deu ao artista o capital social para o seu
trabalho. Nessa visão, a sociedade é um coletivo que produz a arte através do artista, que
apesar de não possuir a propriedade da arte, é visto com importância para sua
concepção. Existem contradições quanto à honra ou ao gosto pela arte, indicando assim o tipo de moral que a sociedade exerce.
Analisar as origens das Artes
torna-se muito delicado, uma vez que cada grupo de estudiosos procura
associá-las a determinados parâmetros temporais e interpretativos. Julgamos
procedente utilizar métodos ou proposições de acordo com o enfoque espacial que
se quer dá.
O método formalista
mais antigo, entende que a obra de arte se dá pelas formas e sua compreensão
também. O método histórico entende que a obra de arte é um fato
histórico, portanto reflexo e ação em um determinado contexto histórico. O 'método
sociológico entende a obra de acordo com o estudo da sociedade a qual ela
pertence. O método iconográfico entende a obra pelos ícones e símbolos
que ela carrega.
Se formos analisar a arte ao
longo da história, podemos começar pela Arte da
Pré-História, que é o período onde se mostram as primeiras demonstrações de arte que
se tem notícia na história humana. Retratavam animais, pessoas, e até sinais.
Havia cenas de caçadas, de espécies extintas, e em diferentes regiões. Apesar
do desenvolvimentos primitivo, podem-se distinguir diferentes estilos, como
pontilhado (o contorno das figuras formado por pontos espaçados) ou de contorno
contínuo (com uma linha contínua marcando o contorno das figuras). Apesar de
serem vistas como mal-feitas e não-civilizadas, as figuras podem ser
consideradas um exemplo de sofisticação e inovação para os recursos na época.
Não existem muitos exemplos de arte-rupestre preservada, mas com certeza o mais
famoso deles é o das cavernas de Lascaux, na França.
Se dermos um grande salto no
tempo, chegaremos à Arte do
Antigo Egito, o palco para uma das mais interessantes descobertas do ser humano. A
arte egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito as cores. As
estátuas, o interior do templos e dos túmulos eram profusamente coloridos.
Porém, a passagem do tempo fez com que se perdessem as cores originais que
cobriam as superfícies dos objetos e das estruturas.
Os criadores do legado egípcio
chegam aos nossos dias anônimos, sendo que só em poucos casos se conhece
efetivamente o nome do artista.
As grandes tradições na arte
têm um fundamento na arte de uma das grandes civilizações antigas: Antigo Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Índia, China, Grécia Antiga, Roma, ou Arábia (antigo Iêmen e Omã). Cada um destes centros de
início civilização desenvolveu um estilo único e característico de fazer arte.
Dada a dimensão e duração dessas civilizações, suas obras de arte têm
sobrevivido e pode ainda influênciar e ser foi transmitida a outras culturas e
tempos mais tarde.
Outro grande salto no tempo,
nos leva a europa ocidental. Lá vemos surgir a arte gótica, já na Arte
pré-românica. Os monumentos construídos nessa época marcaram todo um modo especial
de criar arquitetura e desenvolveu métodos preciosos e estilos definidos como
sombrios e macabros. A Arte Bizantina e a gótica da Idade Média ocidental, mostraram uma arte que centrou-se na
expressão das verdades bíblicas e não na materialidade. Além
disto, enfatizou métodos que mostram a glória em mundos celestes, utiliando o
uso de ouro em pinturas, ou mosaicos.
A Renascença ocidental deu um retorno à valorização do mundo
material, bem como o local de seres humanos, e mesmo essa mudança paradigmática
é refletida nessa arte, o que mostra a corporalidade do corpo humano, bem como
a realidade tridimensional da paisagem. O que se classificou como da
Arte Moderna surge desde a Grécia Antiga até meados do século XIX, todas as
correntes de pensamentos artístico e filosófico trouxeram questões novas acima
de seu estilo antecessor, de maneira formal em todos os casos, isto é, o debate
sobre a Arte não tocava o conteúdo da representação, o que ela queria dizer,
mas sim a maneira como se apresentava e os novos cânones a serem seguidos (cânones
são mestres do ofício, como Leonardo Da Vince, por exemplo). Em todas as
correntes manteve-se um vínculo com o status-quo, ou seja, a Arte sempre
era tratada como um deleite de uma pequena elite econômica dominante, seja a
nobreza ou o alto clero. Mudava-se a forma da Arte, mas mantinha-se seu vínculo
com o poder.
Os ocidentais do Iluminismo no século XVIII faziam representações
artísticas de modo físico e racional sobre o Universo, bem como visões de um
mundo pós-monarquista. Isto reforçou a atenção ao lado emocional e à
individualidade dos seres. O século XIX, em seguida, viu uma série de
movimentos artísticos, tais como arte acadêmica, simbolismo, impressionismo, entre outros.
O aumento de interação global
durante este tempo fez uma grande influência de outras culturas na arte
ocidental. Do mesmo modo, o Ocidente tem tido enorme impacto sobre arte
oriental no século XIX e no século XX, com idéias ocidentais originalmente como
comunismo e Pós-Modernismo exercendo forte influência
sobre estilos artísticos.
O Modernismo baseou-se na idéia de que as formas
"tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização
social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassados, e que fazia-se
fundamental deixá-los de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de re-examinar
cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o
que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e
possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno
argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes,
e que as pessoas deveriam se adaptar as suas visões-de-mundo a fim de aceitar
que o que era novo era também bom e belo. No modernismo, surgiu vários
estilos, os mais destacados são Expressionismo, Simbolismo, Impressionismo, Realismo, Naturalismo, Cubismo e Futurismo, embora tenham sido desenvolvidos diversos
outros.
Atualmente, na Arte
Contemporânea (surgida na segunda metade do século XX e que se alonga até os dias atuais),
encontramos, entre outros estilos secundários, como a Pop Art. A pop art é completamente caracterizada como algo de humor e muito diferente da arte antiga, pois retrata, de
maneira irônica, o que utilizamos nos dias de hoje, só que com outros tamanhos,
ambientes e formas.
Trabalhar portanto, com as origens da Arte, requer a análise dos espaços e
dos tempos históricos. O apanhado que ora fizemos mostra apenas um corte, um
lado “ conhecido” do mundo, cabe então a cada um de nós investigar outras
realidades durante muito tempo escondidas e que com certeza possuem sua própria
história e sua própria magnitude.
QUESTÃO 08.
CONCEITUANDO ARTE HOJE.
Pois é... O que é arte?
Esta frase sempre nos acompanha. Uma peça de arte pode ser linda pra alguém e
ser um horror para um outro. Observar o performático artista panamenho
(Exposição MAC;Dragão do Mar-2007) fotografado como um morto nas rochas da
praia de Iracema ou lambedo um prato sujo, como um cacchorro abandonado, pode
ser instigador e questionador da realidade urbana ou um exemplo de banalização
da vida.
Penso que quando é arte
pura, não “enrolação”, quando o artista é dotado de dom, de excelente técnica,
de bom gosto e de espírito crítico sempre algo de bom estará a caminho. Jamais
será um horror.
A
Arte é um caminho para comunicar a emoção. A arte pode despertar
sentimentos morais ou estéticos, e pode ser entendida como uma forma de
comunicar esses sentimentos. Artistas expressam algo seu público e esse público é despertado, em certa medida,
mas eles não têm de fazê-lo conscientemente. Arte explora aquilo que é
vulgarmente designado como a condição humana que é essencialmente o que é ser
humano. Frequentemente traz qualquer nova visão relativa à condição humana
individualmente ou em massa, o que não é necessariamente sempre positiva, ou
necessariamente amplia os limites de capacidade humana. O grau de habilidade
que o artista tem, irá afetar a sua capacidade de desencadear uma reação
emocional e, assim, proporcionar novos conhecimentos, a capacidade de
manipulá-las à vontade, mostra habilidade e determinação.
A Arte tende a facilitar a
compreensão intuitiva, em vez de racional, e normalmente é, conscientemente, criada com
esta intenção. As obras de arte são imperceptíveis, escapam de classificação,
porque elas podem ser apreciadas por mais de uma interpretação.
Tradicionalmente, os maiores sucessos artísticos demonstram um alto nível de
capacidade ou fluência dentro de outras obras, por isso se destacam. A arte
pode utilizar a imagem para comover, emocionar, conscientizar; ou palavras
profundas para se apaixonar por um certo poema ou livro. Basicamente, a arte é
um ato de expressar nossos sentimentos, pensamentos e observações. Existe um
entendimento de que é alcançado com o material, como resultado do tratamento, o
que facilita o seu processo de entendimento.
A opinião comum diz que para
se fazer uma arte que tenha como resultado uma obra de qualidade, é preciso uma
especialização do artista, para ele alcançar um nível de conhecimento sobre a
demonstração da capacidade técnica ou de uma originalidade na abordagem
estilística.
As críticas quanto à algumas
obras, deve-se muitas vezes, segundo o crítico, à falta de habilidade ou
capacidade necessária para a produção do objeto artístico. Habilidade e
capacidade necessária para a produção do tal objeto são dois itens
completamente importantes. No entanto, é importante definir que nem toda obra
de arte vale através da arte. A montagem dos materiais de uma obra requer
técnica e criatividade e também conhecimento. Um exemplo é um dramaturgo
ter em mente que o material que usará para criar sua peça de teatro será a
palavra e um aprofundamento sobre as personagens, o enredo e etc. Depois disto,
basta usar toda sua criatividade e conhecimento para ir moldando o texto da
peça.
É importante então que se
analise as conceituações e definições a partir de alguns referenciais. Há quem
defenda que definir um conceito é dizer em que consiste e caso não saibamos
defini-lo dessa maneira também não estamos em condições de o utilizar
adequadamente. Defender isto é o mesmo que dizer que há apenas uma forma de
definir conceitos, o que não é o caso. Ao contrário do que é vulgar pensar-se,
não existe apenas um tipo de definições. Sabemos utilizar perfeitamente o
conceito «azul» sem que, no entanto, o possamos definir dessa maneira. Não o
saber definir dessa maneira não é o mesmo que o não poder definir. Para compreendermos
isso é preciso distinguir dois tipos de definições: definições explícitas e
definições implícitas.
Para fundamentar mais
ainda tal discussão nos remetemos ao conceito de estética. E o que viria a ser
estética? O ramo da filosofia a que se dá o nome de estética inclui um conjunto
de conceitos e de problemas tão variado que, aos olhos daquele que se inicia no
seu estudo, pode parecer uma matéria demasiado dispersa e inacessível. Essa
primeira impressão é compreensível, mas ultrapassável. Uma maneira de desfazer
tal impressão é começar por esclarecer que a estética é a disciplina filosófica
que se ocupa dos problemas, teorias e argumentos acerca da arte. A estética é,
portanto, o mesmo que filosofia da arte.
Mas há um problema com esta forma de
apresentar a estética: o termo estética não tem sido sempre utilizado nesse
sentido. E isso não ocorre apenas em relação ao uso comum da palavra estética;
ocorre também no interior da própria tradição filosófica.
Na tentativa de desfazer
essa dificuldade, a estética é muitas vezes apresentada como a disciplina
filosófica que se ocupa dos problemas e dos conceitos que utilizamos quando nos
referimos a objetos estéticos. Só que isso pouco adianta se não soubermos antes
o que se entende por objetos estéticos. Podemos, contudo, acrescentar que os
objetos estéticos são os objetos que provocam em nós uma experiência estética.
Mas, uma vez mais, ficamos insatisfeitos, pois teremos agora de saber o que é
uma experiência estética. Resta-nos insistir e perguntar: - O que é uma
experiência estética? Uma resposta possível, mas sem ser circular ― sem voltar
ao princípio e afirmar que uma experiência estética é o que resulta da
contemplação de objetos estéticos ―, é apresentar alguns exemplos daquilo que
consideramos ser juízos estéticos, isto é, juízos acerca de objetos estéticos e
que, portanto, exprimem experiências estéticas.
A estética é fundamental numa
obra de arte. Vemos como exemplo a arquitetura com seus edifícios majestosos, grandes,
esbeltos, o que faz com que as pessoas admirem. Assim é também com um bom
conto, em questão de literatura, e com uma boa pintura. Como já foi falado, o
material usado é o que irá mostrar a beleza da arte. É importante ter um estudo
mais profundo sobre a estética. Conseguimos isso separando quais conceitos
formam a estética, a começar pela beleza. A beleza é uma percepção individual caracterizada normalmente pelo que é
agradável aos sentidos. Esta percepção depende do contexto e do universo
cognitivo do indivíduo que a observa. O belo depende muito da sociedade e de
suas crenças. Um exemplo disto é o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral. Para ela, a figura do quadro
era um monstro e para a maioria das pessoas. Mas por quê? Será que por que não
corresponde ao padrão de beleza da nossa sociedade? Na época de Leonardo da
Vinci, as mulheres eram tidas bonitas quando eram rechonchudas. Exemplo disto é
a Mona Lisa.
Outro aspecto da estética é o equilíbrio. O equilibrio se encontra quando todos os
elementos que compõe a imagem estão organizados de tal forma que nada é
enfatizado, todos passando uma sensação de equilíbrio visual. O equilibrio é
mais utilizado nas pinturas. O que influencia o equilibrio são as cores, as
imagens, as superfícies, os tamanhos e as posições dos itens presentes na
pintura, ou numa outra arte plástica.
Muitos
são os elementos usados atualmente para não somente entender, mas também buscar
uma conceituação. A harmonia por exemplo, é relacionada à beleza, à proporção e também à ordem. Um exemplo, é a música: todos os ritmos precisam
estar bem delineados, bem ordenados para que haja uma harmonia, uma beleza no
som. Quanto ao design, podemos definir harmonia como efeito da composição de
formas, não de maneira aleatória, mas de modo que contornos e enchimentos sejam
bem definidos, variando segundo um grau de importância pré-estabelecido e se
relacionando ao esquema geral da organização do objeto. Este objeto pode ser um
quadro, um site, enfim, qualquer entidade que esteja sendo composta por partes
(engrenagens) menores.
Na escultura e na arquitetura,
a forma também é uma das coisas mais
importantes. Nas esculturas de Michelangelo, ou nas de Rodin, como, por
exemplo, Davi, notamos que é um ser ali esculpido e este ser
possui um corpo. Portanto, a forma do corpo precisa ser bem definida, bem
adquirida para que se assemelhe a um corpo humano. No entanto, se o escultor
for esculpir um monstro, como exemplo, é preciso haver a mesma coisa, embora
ele tenha em mente um corpo totalmente diferente do comum. O que define uma
obra como estéticamente bonita e importante, além dos recursos que fora usado
nela e de suas técnicas, é também seu valor.
Uma outra característica da
arte é o valor. Esta vem depois de sua realização pelo artista. É quando já
está exposta ao público. Aqui, não é discutido especialmente a estética, e sim
o valor relacionado a importância da obra, segundo a maioria. Podemos exemplificar
esse raciocinio com a seguinte pergunta: por qual motivo o quadro Mona Lisa
tem um grande valor? Ou até mesmo: por que as obras de Shakespeare são tão
famosas e tidas como as melhores do mundo? E até: por que várias músicas do
Beatles são tão prestigiadas? Para começar, é importante relacionar quais
elementos tornam uma obra de arte tão glamurosa. Quanto à Mona Lisa e as
peças de Shakespeare, podemos notar algo semelhante: um elemento novo até
então. Por exemplo: na Mona Lisa, há o sfumato. Nas peças mais famosas
de Shakespeare, há técnicas ímpares para o teatro, como, p. exemplo, em Hamlet:
o teatro no teatro. As músicas dos Beatles possuem ritmos e melodias pioneiros.
Mas será que é apenas um elemento novo que faz uma obra ficar em destaque?
Além da distribuição e
divulgação de uma obra, coisas que contribuem bastante para a sua fama, há
também um outro item: a forma como a obra é criada e, assim, como ela sobrevive
depois de anos. Este item é mais aplicado na literatura, onde diversos romances
permanecem prestigiados mesmo depois de muito tempo escritos, por terem um
valor social e emocional ainda muito presente no ser humano, como as peças de
Shakespeare. Além disto tudo, quando uma obra influencia outras por conter
coisas novas e quando essa mesma obra possui aspectos que atraiam o espectador
por algum motivo (seja motivacional, de reflexão, ou outro), ela então se torna
valiosa pelos que gostaram.
Voltamos então ao início de
nossa conversa. O que é arte? E no nosso caso de educadores qua atuamos na
escola básica? Como trabalhar tais fundamentos com a realidade social que
vivenciamos? Acredito que um dos caminhos é a reflexão. Refletir sobre nossas
práticas. Refletir sobre nossas convicções e crenças. Refletir sobre nossa
postura política. Vivenciar experiências estéticas.
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