terça-feira, 20 de agosto de 2013

O QUE VALE MAIS?



O que vale mais?
- Árvores ou torres empresariais?
- Árvores ou shoppings?
- Árvores ou viadutos?

Atualmente não apenas em Fortaleza mas também nos demais centros urbanos do Brasil em nome da Mobilidade Urbana tudo pode. Aliás, mobilidade urbana tornou-se a expressão da moda e parece ser uma das maiores reivindicações dos citadinos.

Não precisa ser geógrafo, urbanista, arquiteto ou sociólogo para perceber que as cidades brasileiras cresceram espacialmente de forma desorganizada. Os planos diretores além de serem uma realidade nova neste contexto são desconhecidos e desrespeitados. O ordenamento das cidades segue a lógica da especulação imobiliária e dos interesses privados.

Praticamente não existe nas cidades brasileiras uma política de Estado que veja a cidade como um organismo sistêmico. E sendo o Brasil ainda um poço de corrupção, desmandos e descasos, nossos governantes encontraram na mobilidade urbana uma válvula de escape para esconder a inoperância diante de outras realidades como a má qualidade da educação, da saúde e da segurança pública. Como todos nós vivemos literalmente no trânsito e em trânsito e este é também é um caos generalizado que nos deixa nervosos e estressados e faz a cidade parar, ver qualquer iniciativa que prometa pelo menos diminuir  tal situação parece ser bem-vinda.

É neste contexto que surgem as famigeradas obras. E obras enchem os olhos, principalmente dos desenvolvimentistas, dos olhos cheios de remela e que também são cegos diante de uma reflexão um pouco mais apurada. Vale lembrar também que obras “dá Ibope” para o governante de plantão e claro, nenhuma obra no Brasil é feita sem uma pitada generosa de roubo.

Assim, temos aqui em Fortaleza a mais nova grande obra na agulha o viaduto que vai desafogar o trânsito em uma das “áreas nobres” da cidade. Localizado entre as avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior este empreendimento é defendido com unhas e dentes pelo Prefeito Roberto Cláudio, pelo governador Cid Gomes e como afirma a nada imparcial imprensa local, a obra é também defendida pela maioria da população.

Quem defende a obra pode ser enquadrado em uma das situações abaixo:

- É amigo da dupla dinâmica;
- É dono de empreiteira;
- Parlamentares prostituídos;
- Operadores da Justiça parciais;
- Mamadores das tetas do governo (fornecedores, agências de propaganda, cargos comissionados, funcionários fantasmas, amantes...)
- As elites que só andam de automóvel, normalmente sozinhos dentro do carro;
- Pseudo-intelectuais;
- Pseudo-estudiosos;
- Ou simplesmente ignorantes.

Um comentário:

Anônimo disse...

O crescimento urbano acarretou a invasão de terrenos de forma desorganizada e destruí a vegetação predominante na região.Vivemos na busca pelo espaço diante da urbanização que necessita de lugares sobre os quais o aniquilamento das forças verdes se tornou necessária para sua expansão.O desenvolvimento sustentável lema empregado muitas vezes como qualidade de vida não demonstra ser a solução dos empresários que lucram e precisam do mais barato sobretudo nos seus produtos,assim lucram e disputam o espaço na ponta da caneta,e sabem criar propagandas que incentivam os seus negócios de forma positiva diante ao coletivo.


ramon