domingo, 29 de novembro de 2009

PRA QUEM DEFENDE A VIDA

Dor, grito e sangue.
Assim surge a vida.

Vamos aprender com os animais.
Observe o comportamento da mãe-elefante
quando percebe que a cria não se move.
Ela tenta desesperadamente animá-lo.
Chega a ser medonho.

Mas, a mãe-elefante não desiste!
Ao contrário de nós, que jogamos nossas crias no lixo
ou as despedaçamos ainda dentro do útero.




domingo, 8 de novembro de 2009

MUROS DA HUMANIDADE - Parte I

"Aquele que um dia ensinar os homens a voar destruirá todas as barreiras: para eles as próprias barreiras voarão pelos ares; batizará novamente a terra chamando-lhe a leve."

Nietzsche - "Assim falou Zaratustra", 1883

Por mais de 28 anos - O MURO DE BERLIM - "O muro da vergonha" foi o símbolo máximo da divisão não apenas de uma cidade, mas do mundo. A divisão pelo poder, pelo controle, pela hegemonia, a divisão pela ignorância. Mas, ele caiu!
O dia 09 de novembro marca a data em que ele foi derrubado.
Hoje, parece que estamos numa liberdade plena. Observemos algumas expressões muito pronunciadas ultimamente:

- Aldeia Global
- Mundo sem fronteiras
- Globalização

- Simples assim.

Parece que finalmente a humanidade percebeu que é uma só. Parece, mas não é. Estamos mais separados do que nunca. O mundo está cheio de muros. Muros que descriminam,que segregam e que matam. Barreiras construídas pela humanidade contra a humanidade. Os muros são dos mais diversos: religiosos, étnicos, econômicos...

Não seja um criador de muros. Não seja aquele que ajuda a elevar mais ainda sua altura. Pule os muros. Derrube os muros. E se desejar ficar em cima do muro meu desejo é que você caia e quebre pelos menos uma perna.

Henrique Gomes de Lima.

Muro de Berlim: Algumas imagens históricas

A morte junto ao Muro

Cenas espetaculares de fuga acompanharam o Muro de Berlim em toda a sua história. Algumas com final feliz, outras com um desfecho trágico. A primeira vítima fatal foi o jovem Peter Fechter, em 17 de agosto de 1962. Atingido pelos disparos da guarda de fronteiras da RDA, Fechter agonizou durante 50 minutos na chamada 'terra de ninguém', falecendo pouco depois de ser recolhido pela polícia alemã oriental.

A dança sobre o Muro

No dia 10 de novembro de 1989, berlinenses orientais e ocidentais confraternizaram-se com uma verdadeira dança sobre o Muro, que deixara de ser uma barreira desde a noite anterior. Ao fundo, o Portão de Brandemburgo – o símbolo de Berlim. Com as fronteiras abertas, milhares de cidadãos alemães orientais viajaram imediatamente à parte ocidental da Alemanha, para fazer compras, visitar parentes e amigos ou simplesmente para satisfazer a curiosidade pessoal.




sábado, 7 de novembro de 2009

MUROS DA HUMANIDADE - Parte II

Por mais de 28 anos, o Muro de Berlim foi o símbolo da divisão das duas Alemanhas. A fortaleza se estendia por 155 quilômetros e separava Berlim Ocidental de Berlim Oriental. Muito maior era a fronteira interna alemã, isto é, entre a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista. Ela somava 1400 quilômetros, indo da baía de Lübeck, no norte, até Hof, no sul, na fronteira com a antiga Tchecoslováquia.

Somente na região metropolitana de Berlim, o Muro tinha mais de 43 quilômetros de comprimento. Ao longo de seu percurso na cidade, ele interrompia oito linhas de trens urbanos, quatro de metrô e 193 ruas e avenidas. Em sua extensão, o "gigante de concreto" atravessava 24 quilômetros de rios e cruzava 30 quilômetros de bosques.

A fronteira de Berlim, cujas instalações incluíam o muro, era controlada 24 horas por dia. Soldados armados, em mais de 300 torres de observação, vigiavam constantemente para evitar fugas a Berlim Ocidental. A área da fronteira tinha 100 metros de largura, com diversos tipos de obstáculos. Esse território era conhecido como "Faixa da Morte".

Muitos tentaram atravessar o muro apesar do perigo de vida. Nos 28 anos que o Muro ficou de pé, houve 5075 fugas bem-sucedidas. Os estratagemas usados foram os mais diversos: túneis através da cidade, veículos pequenos que passassem debaixo das traves, caminhões pesados para arrebentar os obstáculos, barcos, ultraleves, balões e aviões improvisados. Também houve quem fugisse de trem, ou simplesmente confiasse em documentos falsificados e veículos preparados para esconder pessoas, obtidos graças à ajuda de grupos da RFA que se dedicavam a organizar a fuga de alemães do Leste.

O Muro de Berlim, propriamente dito, tinha mais de 100 quilômetros e até 4,20m de altura em alguns trechos. Uma segunda fortificação foi construída posteriormente. Ao seu redor foi demarcada uma faixa de segurança, também conhecida como faixa da morte, que chegava a ter cem metros de largura. Ali se encontravam cerca de 300 torres de vigilância, 20 bunkers (instalações antiaéreas subterrâneas), 260 canis e inúmeros postes com holofotes. Os soldados receberam ordem de atirar e impedir qualquer fuga "usando todos os recursos disponíveis".

Por trás do Muro havia uma segunda barreira, cercas com alarme e trincheiras profundas antiveículos. Holofotes, cães e minas completavam o esquema de segurança que fazia do muro uma fortaleza praticamente inexpugnável.

Sua manutenção era muito cara aos cofres da República Democrática Alemã, de regime comunista, representando um constante ônus econômico. Isso sem falar nos gastos com a construção. Foram gastos 870 milhões de marcos para erguer o gigante de concreto e demais instalações da fronteira.

Com a construção do Muro, o código penal da RDA ficou mais severo para garantir a fronteira. A tentativa de fuga passou a ser crime. Os desertores eram considerados "traidores da pátria". No primeiro semestre de 1961, foi aberto inquérito contra 4400 pessoas que tentaram cruzar a fronteira. Seis meses depois, 18.300 foram condenadas por tentativa de fuga e passaram anos nas prisões.

Apesar do risco de morte, muitos cidadãos da RDA não desistiram de escapar para o Ocidente. A Procuradoria Geral da República tem registro de 270 casos de morte ocorridas em tentativas de travessia do Muro. A ONG Treze de Agosto registra 1065 vítimas (dados de 2004) do Muro e da fronteira interalemã.

Ao contrário da Justiça, que só registra os casos de morte direta na fronteira, a ONG considerou também aqueles que não morreram necessariamente através de tiros dos soldados, mas foram indiretamente afetados, como por exemplo, os que se suicidaram ao terem descobertos seus planos de fuga.

Fonte: www.dw-world.de/dw/