segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Sim, Eu Acredito no Poder da Educação.

A licença emitida pela universidade para exercer o magistério é apenas uma das condições que o(a) indivíduo(a) que pretende ser professo(a) deve buscar adquirir. O ser e o fazer-se professor (a) é uma decisão de vida, uma escolha política e uma busca diária. Esta convicção vem dos últimos vinte e três anos vividos nas escolas, ministrando aulas para crianças, adolescentes, adultos e idosos. E, baseado nesta prática digo que o fazer educação só se firma quando o(a) professor(a) busca construir sua práxis pedagógica de forma dialógica e sedimentada sobre a autenticidade, a aceitação incondicional e a empatia.

A educação deve ser para todos (as). Infelizmente ainda há quem afirme que devemos ensinar só para quem quer. Digo exatamente o contrário. Devemos buscar construir o conhecimento junto àqueles (as) que acham que não querem e, principalmente junto aos que estão limitados por condições físicas, psicológicas e/ou sociais. É neste instante que o(a) professor(a) precisa ser reflexivo, um(a) observador(a) constante e crítico da sua própria prática.  

Para que a educação atinja seus objetivos de promover a liberdade do estudante, ensinando-o a lidar de maneira orgânica com seu ambiente e a agir por si próprio, tornando-lhe independente e ao mesmo tempo um ser coletivo, cabe a cada instituição de ensino, aos profissionais e os órgãos governamentais pesquisar, desenvolver formas, estratégias e práticas que consigam não somente acolher, mas, oportunizar a cada estudante uma aprendizagem significativa.

Lecionar é para fortes. Lecionar é para quem sangue no olho. Lecionar é para quem acredita.

Acredito que uma educação feita de forma holística pode alcançar a formação de um sujeito ativo como um ser ético, histórico, crítico, reflexivo, humanizado e transformador do espaço onde está inserido.

Só amamos o que conhecemos e só podemos nos educar em comunhão. Assim sendo, o conhecimento que pode contribuir para uma práxis verdadeira, orgânica e consciente. E realizar tal tarefa é muito difícil e desafiador. Fazer Ciência é ter muito claro sua finalidade, é saber que o conhecimento tira “a remela” dos olhos, o excesso de cerume dos ouvidos, as travas da língua, o ceroto da pele e ainda ajuda a rasgar o véu da ignorância. Devemos fazer uma ciência para que as pessoas consigam sentir o cheiro dos lugares, o som das palavras ou perceber os espectros que escondem a realidade. E a quem deve servir essa Ciência? Aos homens e às mulheres livres e não livres; aos jovens, às crianças e aos idosos. Às comunidades, aos guetos, às diversas tribos sejam do campo, da cidade ou da floresta. E deve dirigir-se ainda principalmente para quem não a quer. Conforme já disse anteriormente. 

Essa pratica científica é feita quando oportunizamos aos estudantes a pedagogia do encontro e do diálogo. É uma Ciência feita com sons, cheiros, sabores, movimentos e pausas. Ela deve levar-lhe para caminhar com os cegos e com estes tocar os elementos, dançar com o hiperativo e sorrir com o down.  

Façamos uma Escola para a vida; para que possa correr pelo corpo como correm os rios pelas entranhas da terra; que faça das palavras soltas ideias que coloquem a sociedade para tremer e que as imagens cambiantes das paisagens sejam percebidas como a simplicidade do arrepio da pele.