Destina-se a causar orgasmos do tipo cognitivo-educativo-cibernético. Um espaço para tratar de temas sérios e também de algumas diarréias mentais.Minha intenção e coçar a ferida, arrancar a casca, meter o dedo e esfregar.Mas, a maior intenção mesmo é meter o dedo na sua hipófise. Você deixa!!!???
O ser imundo que ocupa temporariamente a presidência do Brasil e seus fanáticos seguidores demonstram sinais de sadismo. São repugnantes. Não basta a estupidez e a violência. Eles têm prazer no sofrimento humano. Não têm qualquer limite ético. Nem empatia, muito menos compaixão. É urgente derrotar esse projeto macabro que tomou conta do Brasil. Há um ano e 10 meses que o país infelizmente esta sem Presidente. Vergonha!
Quem defende bolsonaro ou é ingênuo(a), ou é ignorante ou é mal caráter.
Bolsonaro pisou no cadáver de um voluntário da vacina.
“Mais um dia de um genocida; só que desta vez dentro do Palácio do Planalto e não no palco da Luciana Gimenez.” (Thiago Muniz)
Num comentário no Facebook, Jair Bolsonaro diz que "venceu", ao saber da notícia da morte de um voluntário dos testes da vacina da Covid.
O Instituto Butantan faz os testes da chamada "CoronaVac", que é a iniciativa brasileira de imunização.
Milhares de pessoas, como eu e você, se ofereceram para testar a vacina, mesmo incorrendo em risco de morte. Mas essas pessoas estão fazendo isso por você e pela sua família que continuará negando a doença.
Por isso Bolsonaro foi aplaudido ao dizer que a "vacina do Dória" não vai ser comprada, e a Anvisa por conta da morte desse voluntário, suspendeu os testes.
A Anvisa parece estar também trabalhando ideologicamente, e alinhada com Bolsonaro.
Na morte de uma pessoa, o presidente não lamentou, não ofereceu mensagens para a família. Ele celebrou a vacina ter dado errado, e disse que venceu.
Ele escreveu:
"Morte, invalidez, anomalia... esta é a vacina que o Dória quer obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha."
Mais uma que o Bolsonaro ganha.
Precisamos falar urgentemente da queda de Bolsonaro.
O conhecimento afasta a ignorância e nos faz ver para além do óbvio. Dizem por aí que política, futebol e religião são
assuntos que não adiantam discutir, pois sempre terminam em briga, e ninguém
chega a lugar nenhum. Com relação ao futebol e religião até podemos chegar a
concordar, porém, com a relação à política, o negócio é muito diferente. Quem
não se interessa por este assunto acaba sendo governado e adestrado por aqueles
que se interessam.
É Aristóteles, filósofo grego, quem desenvolveu com
maior profundidade e propriedade na sua época o conceito de política. Para
Aristóteles a Política é a ciência mais suprema, a qual as outras ciências
estão subordinadas e da qual todas as demais se servem numa cidade. A tarefa da
Política é investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de
garantir a felicidade coletiva. Portanto, tendo a política desta forma, ela
torna-se algo vital para os grupos humanos. E, se o exercício da política for
baseado em Ideologias? Isso é bom ou ruim? Os partidos políticos possuem uma
ideologia? Existem partidos
Ideológicos,
ou todos se “vendem” conforme as conveniências? Os partidos estão partidos, são
inteiros ou é tudo uma grande patifaria?
É sobre tal reflexão que divido co os senhores e senhoras uma reflexão sobre o que significa ser de Esquerda.
"Ser de esquerda não é votar no João ou no Mário. É votar no ideal de fraternidade e solidariedade que João e Mário carregam.
A esquerda não é contra o empresário. A esquerda é contra o desrespeito aos direitos trabalhistas. No lucro irresponsável, acima das vidas.
A esquerda não é contra a família tradicional. A esquerda apenas tem a consciência de que famílias diferentes da tradicional também são famílias e merecem ter seus direitos protegidos e o nosso respeito.
A esquerda não quer que você ou seu filho sejam gays. Só quer que vocês respeitem o direito daqueles que são.
A esquerda não está a favor do aborto. E sim, de amparar a mulher na escolha de se quer ter um filho ou não.
A esquerda não está contra os ricos. Mas contra os que acham que têm mais direitos do que os pobres.
A esquerda não é contra a fartura. A esquerda é contra a fome.
A esquerda não defende bandidos. Defende direitos humanos. É contra a covardia da tortura. Se você é humano, nós defenderemos os seus também.
A esquerda não é contra você ter uma mansão. A esquerda é contra pessoas morarem nas ruas ou em casebres. A favor de uma vida digna.
A esquerda não é contra o capitalismo. A esquerda é contra as desigualdades sociais.
A esquerda não é contra o consumismo. A esquerda é contra a destruição do meio ambiente.
A esquerda não é contra a igreja, mas sim contra os discursos de ódio. Ao uso da fé em benefício próprio.
Porque ser de esquerda é lutar por igualdade material e qualidade de vida para todos.
Lutar pelo direito das minorias. Pelo direito dos negros. É lutar pelo direito das mulheres. É lutar pelo direito do trabalhador. É lutar pelo direito de respirar um ar puro. São democráticos os que têm coragem de lutar pelos direitos dos outros.
Ser de esquerda não é uma opinião política. É uma FILOSOFIA DE VIDA."
Luiz Inácio LULA da Silva discursa da Abertura da Assembleia Geral da ONU. E, dá uma verdadeira Aula Reflexiva e Inspiradora. Fala de Arte, com Elegância e Sensibilidade e sobre sobre guerra e paz, com Sabedoria.
Hoje, no Brasil de 2020, somos párias e motivo de piada pelo mundo afora.
Para o presidente putrefato do Brasil, seus/suas fanáticos(as) e acéfalos(as) seguidores(as) e demais gados; mensagens de incentivo. Não necessariamente na ordem abaixo.
presidenteBOSTA: "Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental".
MENTIRA: seu desgoverno não só esta desmantelando todo a estrutura de fiscalização do IBAMA e do ICMBio, como enfraquecendo esses órgãos.
presidenteBOSTA: "Brasil é uma vítima de "campanha internacional escorada em interesses escusos"
MENTIRA - Não há qualquer evidência de ligação entre ONGs e cientistas que denunciam o desmatamento e interesses comerciais.
presidenteBOSTA: "Queimadas se dão por "acúmulo de massa orgânica e altas temperaturas".
MENTIRA - Não há queimadas naturais na Amazônia. Elas são causadas por desmatamento ou práticas agropecuárias.
presidenteBOSTA:" "Buscamos regularização fundiária contra esses crimes".
MENTIRA - Em todo o ano de 2019 o governo Bolsonaro regularizou apenas seis propriedades rurais, contra média anual de 3.190 no período 2009-2018.
presidenteBOSTA: " 27% do território para agricultura e pecuária, números que nenhum país possui".
MENTIRA - O Brasil tem 30% do território em agropecuária. O número está na média mundial.
presidenteBOSTA:"Preservando 66% da vegetação nativa"
VERDADE, MAS - Análise do Mapbiomas mostra que pelo menos 9% dessa vegetação é secundária - ou seja, são áreas que já foram desmatadas e voltaram a crescer. Não estão, portanto, protegidas nem preservadas.
Em 21 de setembro o Brasil "comemora" o dia da árvore. A razão da data tem haver com o início da primavera no hemisfério sul. No entanto, para nós nordestinos o melhor momento é o mês de março, pois coincide com nossa quadra chuvosa. Independente do dia, o importante e necessário é que lutemos para a preservação das matas. Caso contrário, toda a vida na Terra perecerá. E, infelizmente o atual desgovernno federal do Brasil trabalha contra o que ainda resta das reservas ambientais do país.
Nos últimos meses uma tristeza infinita vem apertando meu coração. O Brasil está vivendo um dos piores períodos de sua história.
Com 130 mil mortos e quatro milhões de pessoas contaminadas, estamos despencando em uma crise sanitária, social, econômica e ambiental nunca vista.
Mais de duzentos milhões de brasileiras e brasileiros acordam, todos os dias, sem saber se seus parentes, amigos ou eles próprios estarão saudáveis e vivos à noite.
A esmagadora maioria dos mortos pelo Coronavírus é de pobres, pretos, pessoas vulneráveis que o Estado abandonou.
Na maior e mais rica cidade do país, as mortes pelo Covid-19 são 60% mais altas entre pretos e pardos da periferia, segundo os dados das autoridades sanitárias.
Cada um desses mortos que o governo federal trata com desdém tinha nome, sobrenome, endereço. Tinha pai, mãe, irmão, filho, marido, esposa, amigos. Dói saber que dezenas de milhares de brasileiras e brasileiros não puderam se despedir de seus entes queridos. Eu sei o que é essa dor.
Teria sido possível, sim, evitar tantas mortes.
Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial de Saúde e converteu o Coronavírus em uma arma de destruição em massa.
Os governos que emergiram do golpe congelaram recursos e sucatearam o Sistema Único de Saúde, o SUS, respeitado mundialmente como modelo para outras nações em desenvolvimento. E o colapso só não foi ainda maior graças aos heróis anônimos, as trabalhadoras e trabalhadores do sistema de saúde.
Os recursos que poderiam estar sendo usados para salvar vidas foram destinados a pagar juros ao sistema financeiro.
O Conselho Monetário Nacional acaba de anunciar que vai sacar mais de 300 bilhões de reais dos lucros das reservas que nossos governos deixaram.
Seria compreensível se essa fortuna fosse destinada a socorrer o trabalhador desempregado ou a manter o auxílio emergencial de 600 reais enquanto durar a pandemia.
Mas isso não passa pela cabeça dos economistas do governo. Eles já anunciaram que esse dinheiro vai ser usado para pagar os juros da dívida pública!
Nas mãos dessa gente, a Saúde pública é maltratada em todos os seus aspectos.
A substituição da direção do Ministério da Saúde por militares sem experiência médica ou sanitária é apenas a ponta de um iceberg. Em uma escalada autoritária, o governo transferiu centenas de militares da ativa e da reserva para a administração federal, inclusive em muitos postos-chave, fazendo lembrar os tempos sombrios da ditadura.
O mais grave de tudo isso é que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente, cometer um crime de lesa-pátria.
Um crime politicamente imprescritível, o maior crime que um governante pode cometer contra seu país e seu povo: abrir mão da soberania nacional.
Não foi por acaso que escolhi para falar com vocês neste 7 de Setembro, dia da Independência do Brasil, quando celebramos o nascimento do nosso país como nação soberana.
Soberania significa independência, autonomia, liberdade. O contrário disso é dependência, servidão, submissão.
Ao longo de minha vida sempre lutei pela liberdade.
Liberdade de imprensa, liberdade de opinião, liberdade de manifestação e de organização, liberdade sindical, liberdade de iniciativa.
É importante lembrar que não haverá liberdade se o próprio país não for livre.
Renunciar à soberania é subordinar o bem-estar e a segurança do nosso povo aos interesses de outros países.
A garantia da soberania nacional não se resume à importantíssima missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo. Supõe também defender nosso povo, nossas riquezas minerais, cuidar das nossas florestas, nossos rios, nossa água.
Na Amazônia devemos estar presentes com cientistas, antropólogos e pesquisadores dedicados a estudar a fauna e a flora e a empregar esse conhecimento na farmacologia, na nutrição e em todos os campos da ciência – respeitando a cultura e a organização social dos povos indígenas.
O governo atual subordina o Brasil aos Estados Unidos de maneira humilhante, e submete nossos soldados e nossos diplomatas a situações vexatórias. E ainda ameaça envolver o país em aventuras militares contra nossos vizinhos, contrariando a própria Constituição, para atender os interesses econômicos e estratégico-militares norte-americanos.
A submissão do Brasil aos interesses militares de Washington foi escancarada pelo próprio presidente ao nomear um oficial general das Forças Armadas Brasileiras para servir no Comando Militar Sul dos Estados Unidos, sob as ordens de um oficial americano.
Em outro atentado à soberania nacional, o atual governo assinou com os Estados Unidos um acordo que coloca a Base Aeroespacial de Alcântara sob o controle de funcionários norte-americanos e que priva o Brasil de acesso à tecnologia, mesmo de terceiros países.
Quem quiser saber os verdadeiros objetivos do governo não precisa consultar manuais secretos da Abin ou do serviço de inteligência do Exército.
A resposta está todos os dias no Diário Oficial, em cada ato, em cada decisão, em cada iniciativa do presidente e de seus assessores, banqueiros e especuladores que ele chamou para dirigir nossa economia.
Instituições centenárias, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, que se confundem com a história do desenvolvimento do país, estão sendo esquartejadas e fatiadas – ou simplesmente vendidas a preço vil.
Bancos públicos não foram criados para enriquecer famílias. Eles são instrumentos do progresso. Financiam a casa do pobre, a agricultura familiar, as obras de saneamento, a infraestrutura essencial ao desenvolvimento.
Se olharmos para o setor energético, veremos uma política de terra arrasada igualmente predadora.
Depois de colocar à venda por valores ridículos as reservas do Pré-Sal, o governo desmantela a Petrobrás. Venderam a distribuidora e os gasodutos foram alienados. As refinarias estão sendo esquartejadas. Quando só restarem os cacos, chegarão as grandes multinacionais para arrematar o que tiver sobrado de uma empresa estratégica para a soberania do Brasil.
Meia dúzia de multinacionais ameaçam a renda de centenas de bilhões de reais do petróleo do Pré-Sal – recursos que constituiriam um fundo soberano para financiar uma revolução educacional e científica.
A Embraer, um dos maiores trunfos do nosso desenvolvimento tecnológico, só escapou da sanha entreguista em função das dificuldades da empresa que iria adquiri-la, a Boeing, profundamente ligada ao complexo industrial militar dos Estados Unidos.
O desmanche não termina aí.
O furor privatista do governo pretende vender, na bacia das almas, a maior empresa de geração de energia da América Latina, a Eletrobrás, uma gigante com 164 usinas – duas delas termonucleares – responsável por quase 40% da energia consumida no Brasil.
A demolição das universidades, da educação e o desmonte das instituições de apoio à ciência e à tecnologia, promovidos pelo governo, são ameaça real e concreta à nossa soberania.
Um país que não produz conhecimento, que persegue seus professores e pesquisadores, que corta bolsas de pesquisas e nega o ensino superior à maioria de sua população está condenado à pobreza e à eterna submissão.
A obsessão destrutiva desse governo deixou a cultura nacional entregue a uma sucessão de aventureiros. Artistas e intelectuais clamam pela salvação da Casa de Ruy Barbosa, da Funarte, da Ancine. A Cinemateca Brasileira, onde está depositado um século da memória do cinema nacional, corre o sério risco de ter o mesmo destino trágico do Museu Nacional
Minhas amigas e meus amigos.
No isolamento da quarentena tenho refletido muito sobre o Brasil e sobre mim mesmo, sobre meus erros e acertos e sobre o papel que ainda pode me caber na luta do nosso povo por melhores condições de vida.
Decidi me concentrar, ao lado de vocês, na reconstrução do Brasil como Nação independente, com instituições democráticas, sem privilégios oligárquicos e autoritários. Um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com fundamento na soberania popular. Uma Nação voltada para a igualdade e o pluralismo. Uma Nação inserida numa nova ordem internacional baseada no multilateralismo, na cooperação e na democracia, integrada na América do Sul e solidária com outras nações em desenvolvimento.
O Brasil que quero reconstruir com vocês é uma Nação comprometida com a libertação do nosso povo, dos trabalhadores e dos excluídos.
Dentro de um mês vou fazer 75 anos.
Olhando para trás, só posso agradecer a Deus, que foi muito generoso comigo. Tenho que agradecer à minha mãe, dona Lindu, por ter feito de um pau-de-arara sem diploma um trabalhador orgulhoso, que um dia viraria presidente da República. Por ter feito de mim um homem sem rancor, sem ódios.
Eu sou o menino que desmentiu a lógica, que saiu do porão social e chegou ao andar de cima sem pedir permissão a ninguém, só ao povo.
Não entrei pela porta dos fundos, entrei pela rampa principal. E isso os poderosos jamais perdoaram.
Reservaram para mim o papel de figurante, mas virei protagonista pelas mãos dos trabalhadores brasileiros.
Assumi o governo disposto a mostrar que o povo cabia, sim, no orçamento. Mais do que isso, provei que o povo é um extraordinário patrimônio, uma enorme riqueza. Com o povo o Brasil progride, se enriquece, se fortalece, se torna um país soberano e justo.
Um país em que a riqueza produzida por todos seja distribuída para todos – mas em primeiro lugar para os explorados, os oprimidos, os excluídos.
Todos os avanços que fizemos sofreram encarniçada oposição das forças conservadoras, aliadas a interesses de outras potências.
Eles nunca se conformaram em ver o Brasil como um país independente e solidário com seus vizinhos latino-americanos e caribenhos, com os países africanos, com as nações em desenvolvimento.
É aí, nessas conquistas dos trabalhadores, nesse progresso dos pobres, no fim da subserviência, é aí que está a raiz do golpe de 2016.
Aí está a raiz dos processos armados contra mim, da minha prisão ilegal e da proibição da minha candidatura em 2018. Processos que – agora todo mundo sabe – contaram com a criminosa colaboração secreta de organismos de inteligência norte-americanos.
Ao tirar 40 milhões de brasileiros da miséria, nós fizemos uma revolução neste país. Uma revolução pacífica, sem tiros nem prisões.
Ao ver que esse processo de ascensão social dos pobres iria continuar, que a afirmação de nossa soberania não iria ter volta, os que se julgam donos do Brasil, aqui dentro e lá fora, resolveram dar um basta.
Nasce aí o apoio dado pelas elites conservadoras a Bolsonaro.
Aceitaram como natural sua fuga dos debates. Derramaram rios de dinheiro na indústria das fake news. Fecharam os olhos para seu passado aterrador. Fingiram ignorar seu discurso em defesa da tortura e a apologia pública que ele fez do estupro.
As eleições de 2018 jogaram o Brasil em um pesadelo que parece não ter fim.
Com ascensão de Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas.
Como nos filmes de terror, as oligarquias brasileiras pariram um monstrengo que agora não conseguem controlar, mas que continuarão a sustentar enquanto seus interesses estiverem sendo atendidos.
Um dado escandaloso ilustra essa conivência: nos quatro primeiros meses da pandemia, quarenta bilionários brasileiros aumentaram suas fortunas em 170 bilhões de reais.
Enquanto isso, a massa salarial dos empregados caiu 15% em um ano, o maior tombo já registrado pelo IBGE. Para impedir que os trabalhadores possam se defender dessa pilhagem, o governo asfixia os sindicatos, enfraquece as centrais sindicais e ameaça fechar as portas da Justiça do Trabalho. Querem quebrar a coluna vertebral do movimento sindical, o que nem a ditadura conseguiu.
Violentaram a Constituição de 1988. Repudiaram as práticas democráticas. Implantaram um autoritarismo obscurantista, que destruiu as conquistas sociais alcançadas em décadas de lutas. Abandonaram uma política externa altiva e ativa, em favor de uma submissão vergonhosa e humilhante.
Este é o verdadeiro e ameaçador retrato do Brasil de hoje.
Tamanha calamidade terá que ser enfrentada com um novo contrato social que defenda os direitos e a renda do povo trabalhador.
Minhas queridas e meus queridos.
Minha longa vida, aí incluídos os quase dois anos que passei em uma prisão injusta e ilegal, me ensinou muito.
Mas tudo o que fui, tudo o que aprendi cabe num grão de milho se essa experiência não for colocada a serviço dos trabalhadores.
É inaceitável que 10% da população vivam à custa da miséria de 90% do povo.
Jamais haverá crescimento e paz social em nosso país enquanto a riqueza produzida por todos for parar nas contas bancárias de meia dúzia de privilegiados.
Jamais haverá crescimento e paz social se as políticas públicas e as instituições não tratarem com equidade a todos brasileiros.
É inaceitável que os trabalhadores brasileiros continuem sofrendo os impactos perversos da desigualdade social. Não podemos admitir que nossa juventude negra tenha suas vidas marcadas por uma violência que beira genocídio.
Desde que vi, naquele terrível vídeo, os 8 minutos e 43 segundos de agonia de George Floyd, não paro de me perguntar: quantos George Floyd nós tivemos no Brasil? Quantos brasileiros perderam a vida por não serem brancos? Vidas negras importam, sim. Mas isso vale para o mundo, para os Estados Unidos e vale para o Brasil.
É intolerável que nações indígenas tenham suas terras invadidas e saqueadas e suas culturas destruídas. O Brasil que queremos é o do marechal Rondon e dos irmãos Villas-Boas, não o dos grileiros e dos devastadores de florestas.
Temos um governo que quer matar as mais belas virtudes do nosso povo, como a generosidade, o amor à paz e a tolerância.
O povo não quer comprar revólveres nem cartuchos de carabina. O povo quer comprar comida.
Temos que combater com firmeza a violência impune contra as mulheres. Não podemos aceitar que um ser humano seja estigmatizado por seu gênero. Repudiamos o escárnio público com os quilombolas. Condenamos o preconceito que trata como seres inferiores pobres que vivem nas periferias das grandes cidades.
Até quando conviveremos com tanta discriminação, tanta intolerância, tanto ódio?
Meus amigos e minhas amigas,
Para reconstruirmos o Brasil pós pandemia, precisamos de um novo contrato social entre todos os brasileiros.
Um contrato social que garanta a todos o direito de viver em paz e harmonia. Em que todos tenhamos as mesmas possiblidades de crescer, onde nossa economia esteja a serviço de todos e não de uma pequena minoria. E no qual sejam respeitados nossos tesouros naturais, como o Cerrado, o Pantanal, a Amazônia Azul e a Mata Atlântica.
O alicerce desse contrato social tem que ser o símbolo e a base do regime democrático: o voto. É através do exercício do voto, livre de manipulações e fake news, que devem ser formados os governos e ser feitas as grandes escolhas e as opções fundamentais da sociedade.
Através dessa reconstrução, lastreada no voto, teremos um Brasil um democrático, soberano, respeitador dos direitos humanos e das diferenças de opinião, protetor do meio ambiente e das minorias e defensor de sua própria soberania.
Um Brasil de todos e para todos.
Se estivermos unidos em torno disso poderemos superar esse momento dramático.
O essencial hoje é vencer a pandemia, defender a vida e a saúde do povo. É pôr fim a esse desgoverno e acabar com o teto de gastos que deixa o Estado brasileiro de joelhos diante do capital financeiro nacional e internacional.
Nessa empreitada árdua, mas essencial, eu me coloco à disposição do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores e dos excluídos.
Minhas amigas e meus amigos.
Queremos um Brasil em que haja trabalho para todos.
Estamos falando de construir um Estado de bem-estar social que promova a igualdade de direitos, em que a riqueza produzida pelo trabalho coletivo seja devolvida à população segundo as necessidades de cada um.
Um Estado justo, igualitário e independente, que dê oportunidades para os trabalhadores, os mais pobres e os excluídos.
Esse Brasil dos nossos sonhos pode estar mais próximo do que aparenta.
Até os profetas de Wall Street e da City de Londres já decretaram que o capitalismo, tal como o mundo o conhece, está com os dias contados. Levaram séculos para descobrir uma verdade inquestionável que os pobres conhecem desde que nasceram: o que sustenta o capitalismo não é o capital. Somos nós, os trabalhadores.
É nessas horas que me vem à cabeça esta frase que li num livro de Victor Hugo, escrito há um século e meio, e que todo trabalhador deveria levar no bolso, escrita em um pedacinho de papel, para jamais esquecer:
“É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos…”
Nenhuma solução, porém, terá sentido sem o povo trabalhador como protagonista. Assim como a maioria dos brasileiros, não acredito e não aceito os chamados pactos “pelo alto”, com as elites. Quem vive do próprio trabalho não quer pagar a conta dos acertos políticos feitos no andar de cima.
Por isso quero reafirmar algumas certezas pessoais:
Não apoio, não aceito e não subscrevo qualquer solução que não tenha a participação efetiva dos trabalhadores.
Não contem comigo para qualquer acordo em que o povo seja mero coadjuvante.
Mais do que nunca, estou convencido de que a luta pela igualdade social passa, sim, por um processo que obrigue os ricos a pagar impostos proporcionais às suas rendas e suas fortunas.
E esse Brasil, minhas amigas e meus amigos, está ao alcance das nossas mãos.
Posso afirmar isso olhando nos olhos de cada um e de cada uma de vocês. Nós provamos ao mundo que o sonho de um país justo e soberano pode sim, se tornar realidade.
Eu sei – vocês sabem – que podemos, de novo, fazer do Brasil o país dos nossos sonhos.
E dizer, do fundo do meu coração: estou aqui. Vamos juntos reconstruir o Brasil.
Só pessoas ingênuas, com baixa cognição ou de mau caráter podem defender o governo atual e suas políticas de destruição do Estado Brasileiro. É um governo sem planos, sem estratégias e sem nenhum compromisso com a Educação Pública do Brasil.
Exemplo cabal é o desmérito, o desdém e o deboche com o MEC e suas iniciativas historicamente construídas. Em apenas 01 ano e 07 meses de desgoverno já estamos com o 4° anti ministro da educação. E cada um pior que o outro. Simplesmente não encontramos nada, absolutamente nada de relevante ou minimamente importante que tenho sido desenvolvido em todo esse tempo. Muito pelo contrário, o que vemos são tentativas de desmontar os programas de acessibilidade e permanência na universidade, perseguição à cátedra dos professores(as), patrulhamento ideológico , castração da pesquisa, negacionismo científico e disseminação de dogmas religiosos e preconceitos.
E agora como se não bastasse, além de não ter participado dos debates em torno do Fundeb, de ter deixado pra lá; neste momento esta fazendo de tudo pra destruí-lo.
Todos(as) nós deveríamos estar acompanhando as discussões em torno do FUNDEB - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. É o futuro da Educação Pública Brasileira que esta em jogo.
Esse governo tenta a todo custo adiar e obstruir a votação da PEC que renova Fundeb e ainda transferir parte dos recursos federais do fundo para a criação de um " novo programa social" batizado de renda brasil. Ou seja, tirar de quem não tem para dar pra quem também não tem. A intenção é se sair de bonzinho e fazer uma pedalada fiscal "legalizada".
E ainda tem a ideia que é uma verdadeira abominação; a criação do tal do "voucher", uma seja um vale em dinheiro para que os pobres matriculem seus/suas filhos(as) em escolas privadas.
Senhoras e senhores, o atual governo federal do Brasil é nefasto; é maléfico para a população mais pobre. E perigoso para a soberania do pais e para a vida.
Mais uma vez divido com as senhoras e senhores uma análise sobre a atual situação política do Brasil. Análise esta feita pelo Historiador Airton de Farias, fundamenta em fatos históricos, em documentos, em pesquisas sérias e reconhecida pelos principais institutos.
Como alguns sabem, meu foco de estudo agora é a extrema-direita que realizou atentados à bomba nos anos 70, no contexto da abertura da ditadura.
O bolsonarismo deve ser entendido também como fruto do forte anticomunismo brasileiro, que aflora sobremaneira em época de crises políticas. Foi assim em 1935, 1961, 1964 e o é neste momento.
Para além de achar que é ignorância ou manipulação (e isso existe, claro), importa ponderar que havia pessoas que acreditavam realmente existir uma ameaça comunista no Brasil, tal qual hoje.
Inclusive, os discursos são quase os mesmos ("Nossa bandeira jamais será vermelha" já é gritado desde os anos 30).
O anticomunismo é uma forma de congregar as várias matrizes políticas de direita, de fascistas a liberais.
É emotivo, irracional, endossa o medo, serve a muitos interesses políticos e projetos pessoais.
O bolsonarismo, igual outros movimentos de extrema-direita, a exemplo da Ação Integralista Brasileira e da Tradição, Família e Propriedade, fundamentam sua militância e endossam o anticomunismo, não por acaso.
No Brasil, a Igreja Católica, os militares e os liberais foram as três grandes matrizes de difusão do anticomunismo.
A esse trio, somo hoje setores evangélicos.
Tão arraigada na mentalidade o anticomunismo na sociedade que ele ainda cumpre seu papel político, mesmo com a Guerra Fria e a URSS não existindo mais.
Na falta destas, o verniz anticomunista incorporou também o antipetismo e o antiesquerdismo como molas de propulsão.
Não que a história vá se repetir ou que o passado sirva de lição para alguém, mas não custa lembrar que essas ondas de anticomunismo antecederam a implantação de ditaduras (em 1937, a do Estado Novo; em 1964, a civil-militar).
Venho por meio desta e de forma peremptória
pedir minhas mais humildes, singelas e sinceras desculpas aos
admiradores (as) e seguidores (as) do Excelentíssimo Senhor Presidente
da República Federativa do Brasil, o Mestre do Universo Jair Messias
Bolsonaro.
Seguidores (as) do presidente me perdoem; jamais
voltarei a dizer que os senhores e senhoras tem raciocínio curto e
lento; nunca, jamais e em tempo algum voltarei a afirmar que suas ideias
e opiniões são tão profundas quanto um
pires. De maneira firme JAMAIS voltarei a classificar o senhor
presidente do Brasil como um ser putrefato, idiota, imbecil, chulo,
bosta, terrivelmente limitado e burro.
Sim eu reconheço: o presidente Bolsonaro é o maior líder mundial da
contemporaneidade; na verdade não existe em toda a história da
humanidade um homem que se compare a ele. Um grande Estadista, sábio e
respeitado por todos os organismos internacionais.
Sim eu aceito:
Bolsonaro é o nosso salvador. Não é somente um Mito; é um ser
iluminado; lavado, remido e ungido pelo sangue do cordeiro de Deus,
aquele que tira o pecado do mundo; protegido pelo Senhor dos Exércitos
do auto do seu poder.
Isso tudo merece um agradecimento: muito
obrigado Edir Macedo, Silas Malafaia, R.R. Soares, Valdomiro Santiago e
tantos outros homens de Deus, verdadeiros Profetas que oram dia e noite
pelo nosso líder máximo, que és tu óh Bolsonaro! Somente os senhores,
homem santos e idôneos, avessos ao luxo e a ostentação e do auto de
vossas humildades e do desprendimento dos malditos bens materiais para
guiar o nosso amado presidente e ao mesmo tempo nos livrar dos ditames
maléficos dessa Ciência Comunista. JAMAIS voltarei a chamá-los de
pastores do satanás.
Por gentileza, quero aqui fazer um apelo
desesperado aos meus/minhas colegas geógrafos: rasguem ou queimem os
livros de Milton Santos esse pseudo-pesquisador que dizem ser respeitado
e estudado no mundo todo.
Sim, o presidente esta correto. Nos
orientemos e nos guiemos pela produção literária, filosófica e
científica do Grande Pensador o Mestre Olavo de Carvalho; esse sim tem
moral acadêmica para com sua sabedoria nortear os rumos do nosso
conhecimento. Abaixo a Platão, Sócrates e Aristóteles. Maquiavel e
Thomas Hobbes são lixo. Issac Newton, Albert Einstein e Marie Curie e
seus ridículos Prêmios Nobel que fiquem para sempre no lixo da história.
Sim, eu amo nosso presidente. E pra que estudar coisas complexas?
Afinal de contas a Terra é plana!
Jair Messias Bolsonaro eu dou pra você!
Sinceramente: Henrique Gomes de Lima. Fortaleza, 1º de Abril de 2020 d.C. É VERDADE ESTE BILHETE!
Os seres humanos deste que se juntaram e passaram a conviver, dividir o lugar, o território e desenvolver cultura passaram por grandes provações. De acordo com um novo estudo, publicado na revista Scientific Reports, a cultura do Vale do Indo existia há pelo menos oito mil anos, ou seja é mais antiga que a civilização Egípcia e mesmo a Mesopotâmica. De lá pra a humanidade se moldou, se remodelou, se construi, se destruiu, se modificou, se transformou por várias e várias vezes. Catástrofes sejam elas naturais ou sociais acompaanham a história da humanidade. E agora estamos diante de mais uma, no caso a pandemia causada pelo coronavírus. É sobre essa situação que divido com o senhor e a senhora algumas considerações feitas pelo historiador Airton de Farias. Leiamos.
Um colapso civilizatório em andamento? Doença, mortes, pânico e, agora, notícias de saques por populares e violência na Itália. Esse modelo de sociedade aí não está se mostrando adequado para a gravidade da pandemia de coronavírus. Tem gente que não quer ver o que se passa.
Numa sociedade desigual, que cultua o individualismo, com enorme
concentração de renda e populações miseráveis, sem o mínimo para viver, a
pandemia pode provocar uma catástrofe.
Como falou o jornalista Paulo Verlaine,
em vez de estarmos pensando (alguns, né) em obrigar milhares de
pessoas a se expor a um vírus mortal, deveríamos, sim, estar já nos
mobilizando para socorrer os mais pobres e ajudar as pequenas e médias
empresas. O tempo urge. A gravidade da situação impõe o estabelecimento de medidas drásticas. A solidariedade, a cooperação, a divisão e o coletivismo ou um colapso de nossas sociedades.
Neste momento tão dramático, era para o Estado (enquanto entidade
jurídico-administrativa) e suas lideranças estarem seriamente agindo com
base nestes preceitos para evitar ou minorar o caos que se aproxima.
O comportamento de alguns governantes e de estratos do poder econômico
tornam a comparação com com os famosos músicos do filme Titanic algo
muito próximo.
Abordar grandes temas da sociedade com os (as) estudantes; acho que isso é bom. Na verdade é necessário. É vital. Vida longa para a Doutrinação Acadêmica.
E cá estamos nós opinado e refletindo sobre os povos do mundo.
Pariu, ou tirou do lixo criou e cuidou. Muitas vezes cuida sozinha.
Acertou e errou ..Mas cuidou e amou...e ama. É impressionante o apego e o
desapego. Mais impressionante ainda é suportar dupla ou tripla jornada
de trabalho. Muitas aguentam caladas e com medo as agressões de toda
sorte. Eu não consigo nem imaginar o que é levar tapas, socos e
pontapés. Não consigo imaginar como é ser humilhada e tratada como
coisa, uma propriedade ou um objeto qualquer.
Expressões do tipo sua PORRA, sua ÉGUA, sua INÚTIL, sua MERDA...O QUE SERIA DE TU SEM MIM? Sua IMPRESTÁVEL. Eu não estou batendo em você; ESTOU BATENDO NO SEU ATREVIMENTO. Eu já
ouvi essas coisa. Tenho uma irmã que passava por este terror. Eu tinha
vontade de matar meu ex-cunhado.
Meu pai era diferente. Dona GERALDA era
doida doida...Mas, pra mim MARAVILHOSA!
Ei cambada de homens...Amemos as mulheres; cuidemos das mulheres, lutemos como as mulheres. Ei homens...SEJAMOS MULHERES!
" Eu nem sei dizer o tanto de vergonha alheia que me deu o discurso de posse da regina duarte. Ela conseguiu ser patética, piegas, risível, e ao mesmo tempo irritante, com seu puxa-saquismo repulsivo, seus trejeitos exagerados e cafonas, suas metáforas pobres e suas insistentes referências militares (chegou a dizer que estava se "apresentando para a missão" e a bater continência).
E ainda teve a desfaçatez de citar Samba de Orly, do Chico Buarque ("antes que um aventureiro lance mão"), dizendo que foi incentivada por amigos a aceitar o cargo para evitar que alguém menos apto o fizesse. Mano: ela fez menção a uma canção que remete à dureza do exílio imposto pela ditadura em um discurso proferido para alguém que elogia torturadores. Não sei se é falta de noção ou maldade mesmo.
Falou do "pum de talco que sai do traseiro do palhaço" (talvez por saber que seu "amigo" bolsonaro tem uma fixação que beira a patologia por referências escatológicas) e concluiu: "porque cultura é isso. É palhaçada". E a arte circense, que tem tradição e ciência, e uma longa história de resistência, fica assim reduzida a um peido.
Por um momento me perguntei por que diabos o Brasil, durante tantos anos, admirou uma atriz tão medíocre, que só alcançou algum remoto brilho em papéis histrionicos.
Mas, pensando bem, ela é mesmo a cara do brasil, desse brasil menor, apequenado, que se engana sobre si mesmo e quer ser enganado, que desconhece a riqueza do seu chão cultural. Um brasil que não frequenta museus, mas enche a boca pra dizer que isso ou aquilo não é arte. Que não lê, mas faz lista de livros a serem proibidos. Que, se tem um pouco mais de estudo e uma condição financeira melhor, despreza o carnaval e o futebol e enche a sala de estar com quadros do romero britto. Um brasil que a cada dia me causa mais aversão.Felizmente pra nós, Cultura não é palhaçada; é resistência, e vai sobreviver a mais esse desastre."
Normalmente as publicações aqui registradas são minhas...São do miolo...Mas às vezes procuro dar visibilidade a textos com conteúdo. Construídos com fundamentos históricos e por profissionais respeitados.
Segue então uma análise balizada da atual conjuntura política do Brasil feita por Eliane Brum uma escritora e documentarista com trabalhos sérios registrados aqui na imprensa internacional.
Só
não vê quem não quer. E o problema, ou pelo menos um deles, é que muita
gente não quer ver. O amotinamento de uma parcela da Polícia Militar do
Ceará e os dois tiros disparados contra o senador licenciado Cid Gomes
(PDT), em 19 de fevereiro, é a cena explícita de um golpe que já está
sendo gestado dentro da anormalidade. Há dois movimentos articulados.
Num deles, Jair Bolsonaro se cerca de generais e outros oficiais das
Forças Armadas nos ministérios, substituindo progressivamente os
políticos e técnicos civis no Governo por fardados – ou subordinando os
civis aos homens de farda nas estruturas governamentais. Entre eles, o
influente general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, segue na
ativa, e não dá sinais de desejar antecipar seu desembarque na reserva.
O brutal general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional, chamou o Congresso de “chantagista” dias atrás.
Nas redes, vídeos com a imagem de Bolsonaro conclamam os brasileiros a
protestar contra o Congresso em 15 de março. “Por que esperar pelo
futuro se não tomamos de volta o nosso Brasil?”, diz um deles.
Bolsonaro, o antipresidente em pessoa, está divulgando pelas suas redes
de WhatsApp os chamados para protestar contra o Congresso. Este é o
primeiro movimento. No outro, uma parcela significativa das PMs dos
estados proclama sua autonomia, transformando governadores e população
em reféns de uma força armada que passa a aterrorizar as comunidades
usando a estrutura do Estado. Como os fatos já deixaram claro, essas
parcelas das PMs não respondem aos Governos estaduais nem obedecem a
Constituição. Tudo indica que veem Bolsonaro como seu único líder. Os
generais são a vitrine lustrada por holofotes, as PMs são as forças
populares que, ao mesmo tempo, sustentam o bolsonarismo e são parte
essencial dele. Para as baixas patentes do Exército e dos quartéis da
PM, Bolsonaro é o homem.
É
verdade que as instituições estão tentando reagir. Também é verdade que
há dúvidas robustas se as instituições, que já mostraram várias e
abissais fragilidades, ainda são capazes de reagir às forças que já
perdem os últimos resquícios de pudor de se mostrarem. E perdem o pudor
justamente porque todos os abusos cometidos por Bolsonaro, sua família e
sua corte ficaram impunes. De nada adianta autoridades encherem a boca
para “lamentar os excessos”. Neste momento, apenas lamentar é sinal de
fraqueza, é conversinha de sala de jantar ilustrada enquanto o barulho
da preparação das armas já atravessa a porta. Bolsonaro nunca foi
barrado: nem pela Justiça Militar nem pela Justiça Civil. É também por
isso que estamos neste ponto da história.
Essas
forças perdem os últimos resquícios de pudor também porque parte do
empresariado nacional não se importa com a democracia e a proteção dos
direitos básicos desde que seus negócios, que chamam de “economia”,
sigam dando lucro. Esta mesma parcela do empresariado nacional é
diretamente responsável pela eleição de um homem como Bolsonaro, cujas
declarações brutais no Congresso já expunham os sinais de perversão
patológica. Estes empresários são os herdeiros morais daqueles
empresários que apoiaram e se beneficiaram da ditadura militar
(1964-1985), quando não os mesmos.
Uma
das tragédias do Brasil é a falta de um mínimo de espírito público por
parte de suas elites financeiras. Elas não estão nem aí com os cartazes
de papelão onde está escrita a palavra “Fome”, que se multiplicam pelas
ruas de cidades como São Paulo. Como jamais se importaram com o
genocídio dos jovens negros nas periferias urbanas do Brasil, parte
deles mortos pelas PMs e suas “tropas de elite”. Adriano da Nóbrega –
aquele que, caso não tivesse sido morto, poderia dizer qual era a
profundidade da relação da família Bolsonaro com as milícias do Rio de
Janeiro e também quem mandou assassinar Marielle Franco – pertencia ao
BOPE, um destes grupos de elite.
Não
há nada comparável à situação vivida hoje pelo Brasil sob o Governo de
Bolsonaro. Mas ela só é possível porque, desde o início, se tolerou o
envolvimento de parte das PMs com esquadrões da morte, na ditadura e
além dela. Desde a redemocratização do país, na segunda metade dos anos
1980, nenhum dos governos combateu diretamente a banda podre das forças
de segurança. Parte das PMs se converteu em milícias, aterrorizando as
comunidades pobres, especialmente no Rio de Janeiro, e isso foi tolerado
em nome da “governabilidade” e de projetos eleitorais com interesses
comuns. Nos últimos anos as milícias deixaram de ser um Estado paralelo
para se confundir com o próprio Estado.
A
política perversa da “guerra às drogas”, um massacre em que só morrem
pobres enquanto os negócios dos ricos aumentam e se diversificam, foi
mantida mesmo por governos de esquerda e contra todas as conclusões dos
pesquisadores e pesquisas sérias que não faltam no Brasil. E seguiu
sustentando a violência de uma polícia que chega nos morros atirando
para matar, inclusive em crianças, com a habitual desculpa de
“confronto” com traficantes. Se atingem um estudante na escola ou uma
criança brincando, é “efeito colateral”.
Desde
os massivos protestos de 2013, governadores de diferentes estados
acharam bastante conveniente que as PMs batessem em manifestantes. E
como ela bateu. Era totalmente inconstitucional, mas em todas as
esferas, poucos se importaram com esse comportamento: uma força pública
agindo contra o cidadão. Os números de mortes cometidas por policiais, a
maior parte delas vitimando pretos e pobres, segue aumentando e isso
também segue sendo tolerado por uns e estimulado por outros. É quase
patológica, para não dizer estúpida, a forma como parte das elites
acredita que vai controlar descontrolados. Parecem nem desconfiar de
que, em algum momento, eles vão trabalhar apenas para si mesmos e fazer
os ex-chefes também de reféns.
Bolsonaro
compreende essa lógica muito bem. Ele é um deles. Foi eleito defendendo
explicitamente a violência policial durante os 30 anos como político
profissional. Ele nunca escondeu o que defendia e sempre soube a quem
agradecer pelos votos. Sergio Moro, o ministro que interditou a
possibilidade de justiça, fez um projeto que permitia que os policiais
fossem absolvidos em caso de assassinarem “sob violenta emoção”. Na
prática é o que acontece, mas seria oficializado, e oficializar faz
diferença. Essa parte do projeto foi vetada pelo Congresso, mas os
policiais seguem pressionando com cada vez mais força. Neste momento,
Bolsonaro acena com uma antiga reivindicação dos policiais: a unificação
nacional da PM. Isso também interessa – e muito – a Bolsonaro.
Se
uma parcela das polícias já não obedece aos governadores, a quem ela
obedecerá? Se já não obedece a Constituição, a qual lei seguirá
obedecendo? Bolsonaro é o seu líder moral. O que as polícias militares
têm feito nos últimos anos, ao se amotinarem e tocarem o terror na
população é o que Bolsonaro tentou fazer quando capitão do Exército e
foi descoberto antes: tocar o terror, colocando bombas nos quartéis,
para pressionar por melhores salários. É ele o precursor, o homem da
vanguarda.
O que
aconteceu com Bolsonaro então? Virou um pária? Uma pessoa em que ninguém
poderia confiar porque totalmente fora de controle? Um homem visto como
perigoso porque é capaz de qualquer loucura em nome de interesses
corporativos? Não. Ao contrário. Foi eleito e reeleito deputado por
quase três décadas. E, em 2018, virou presidente da República. Este é o
exemplo. E aqui estamos nós. Vale a pergunta: se os policiais amotinados
são apoiados pelo presidente da República e por seus filhos no
Congresso, continua sendo motim?
Não
se vira refém de uma hora para outra. É um processo. Não dá para
enfrentar o horror do presente sem enfrentar o horror do passado porque o
que o Brasil vive hoje não aconteceu de repente e não aconteceu sem
silenciamentos de diferentes parcelas da sociedade e dos partidos
políticos que ocuparam o poder. Para seguir em frente é preciso carregar
os pecados junto e ser capaz de fazer melhor. Quando a classe média se
calou diante do cotidiano de horror nas favelas e periferias é porque
pensou que estaria a salvo. Quando políticos de esquerda tergiversaram,
recuaram e não enfrentaram as milícias é porque pensaram que seria
possível contornar. E aqui estamos nós. Ninguém está a salvo quando se
aposta na violência e no caos. Ninguém controla os violentos.
Há
ainda o capítulo especial da degradação moral das cúpulas fardadas. Os
estrelados das Forças Armadas absolveram Bolsonaro lá atrás e hoje fazem
ainda pior: compõem sua entourage no Governo. Até o general Ernesto
Geisel, um dos presidentes militares da ditadura, dizia que não dava
para confiar em Bolsonaro. Mas aí está ele, cercado por peitos
medalhados. Os generais descobriram uma forma de voltar ao Planalto e
parecem não se importar com o custo. Exatamente porque quem vai pagar
são os outros.
As
polícias são a base eleitoral mais fiel de Bolsonaro. Quando essas
polícias se tornam autônomas, o que acontece? Convém jamais esquecer que
Eduardo Bolsonaro disse antes da eleição que “basta um cabo e um
soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal”. Um senador é atingido
por balas disparadas a partir de um grupo de policiais amotinados e o
mesmo filho zerotrês, um deputado federal, um homem público, vai às
redes sociais defender os policiais. Não adianta gritar que é um
absurdo, é totalmente lógico. Os Bolsonaros têm projeto de poder e sabem
o que estão fazendo. Para quem vive da insegurança e do medo promovidos
pelo caos, o que pode gerar mais caos e medo do que policiais
amotinados?
É possível
fazer muitas críticas justas a Cid Gomes. É possível enxergar a dose de
cálculo em qualquer ação num ano eleitoral. Mas é preciso reconhecer que
ele compreendeu o que está em curso e foi para a rua enfrentar com o
peito aberto um grupo de funcionários públicos que usavam a estrutura do
Estado para aterrorizar a população, multiplicando o número de mortes
diárias no Ceará.
A ação
que envergonha, ao contrário, é a do governador de Minas Gerais, Romeu
Zema (Novo), que, num estado em dificuldades, se submete à chantagem dos
policiais e dá um aumento de quase 42% à categoria, enquanto outras
estão em situação pior. É inaceitável que um homem público, responsável
por tantos milhões de vidas de cidadãos, acredite que a chantagem vai
parar depois que se aceita a primeira. Quem já foi ameaçado por
policiais sabe que não há maior terror do que este, porque além de terem
o Estado na mão, não há para quem pedir socorro.
Quando
Bolsonaro tenta responsabilizar o governador Rui Costa (PT), da Bahia,
pela morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ele sabe muito bem a quem a
polícia baiana obedece. Possivelmente não ao governador. A pergunta a se
fazer é sempre quem são os maiores beneficiados pelo silenciamento do
chefe do Escritório do Crime, um grupo de matadores profissionais a quem
o filho do presidente, senador Flavio Bolsonaro, homenageou duas vezes e
teria ido visitar na cadeia outras duas. Além, claro, de ter empregado
parte da sua família no gabinete parlamentar.
Não
sei se pegar uma retroescavadeira como fez o senador Cid Gomes é o
melhor método, mas era necessário que alguém acordasse as pessoas
lúcidas deste país para enfrentar o que está acontecendo antes que seja
demasiado tarde. Longe de mim ser uma fã de Ciro Gomes, mas ele falou
bem ao dizer: “Se você não tem a coragem de lutar, ao menos tenha a
decência de respeitar quem luta”.
A
hora de lutar está passando. O homem que planejava colocar bombas em
quartéis para pressionar por melhores salários é hoje o presidente do
Brasil, está cercado de generais, alguns deles da ativa, e é o ídolo dos
policiais que se amotinam para impor seus interesses pela força. Estes
policiais estão acostumados a matar em nome do Estado, mesmo na
democracia, e a raramente responder pelos seus crimes. Eles estão por
toda a parte, são armados e há muito já não obedecem ninguém.
Bolsonaro
têm sua imagem estampada nos vídeos que conclamam a população a
protestar contra o Congresso em 15 de março e que ele mesmo passou a
divulgar por WhatsApp. Se você não acha que pegar uma retroescavadeira é
a solução, melhor pensar logo em outra estratégia, porque já está
acontecendo. E, não se iluda, nem você estará a salvo.