segunda-feira, 20 de abril de 2020

A nuvem da destruição que ameaça o Brasil

Mais uma vez divido com as senhoras e senhores uma análise sobre a atual situação política do Brasil. Análise esta feita pelo Historiador Airton de Farias, fundamenta em fatos históricos, em documentos, em pesquisas sérias e reconhecida pelos principais institutos.

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Como alguns sabem, meu foco de estudo agora é a extrema-direita que realizou atentados à bomba nos anos 70, no contexto da abertura da ditadura. 

O bolsonarismo deve ser entendido também como fruto do forte anticomunismo brasileiro, que aflora sobremaneira em época de crises políticas. Foi assim em 1935, 1961, 1964 e o é neste momento.


Para além de achar que é ignorância ou manipulação (e isso existe, claro), importa ponderar que havia pessoas que acreditavam realmente existir uma ameaça comunista no Brasil, tal qual hoje.
Inclusive, os discursos são quase os mesmos ("Nossa bandeira jamais será vermelha" já é gritado desde os anos 30).
O anticomunismo é uma forma de congregar as várias matrizes políticas de direita, de fascistas a liberais.


É emotivo, irracional, endossa o medo, serve a muitos interesses políticos e projetos pessoais. 
O bolsonarismo, igual outros movimentos de extrema-direita, a exemplo da Ação Integralista Brasileira e da Tradição, Família e Propriedade, fundamentam sua militância e endossam o anticomunismo, não por acaso.
No Brasil, a Igreja Católica, os militares e os liberais foram as três grandes matrizes de difusão do anticomunismo.
A esse trio, somo hoje setores evangélicos. 


Tão arraigada na mentalidade o anticomunismo na sociedade que ele ainda cumpre seu papel político, mesmo com a Guerra Fria e a URSS não existindo mais.
Na falta destas, o verniz anticomunista incorporou também o antipetismo e o antiesquerdismo como molas de propulsão.


Não que a história vá se repetir ou que o passado sirva de lição para alguém, mas não custa lembrar que essas ondas de anticomunismo antecederam a implantação de ditaduras (em 1937, a do Estado Novo; em 1964, a civil-militar).

Por: Airton de Farias.
Doutor em História.

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