Hoje, Educação é só discurso. É moeda de troca. É glichê para aproveitadores. Parlamentares de todos os níveis e líderes executivos são eleitos tendo como base propostas e promessas para melhorar o que virou moda dizer: Educação é a solução. E para referendar os modismos, nada melhor que o “eventismo”. É feito conferencia para tudo. As conferencias de Educação, por exemplo, são as mais freqüentes. Acontecem, e ninguém sabe.
(Entrada do Centro de Convenções Dep. Ulisses Guimarães-Local do Evento em 2008)
Estive na Conferencia de Educação Básica, em 2008. Cheio de idéias para defender, debater e discutir. Os temas mais polêmicos como financiamento e valorização do magistério são blindados. Limitam a participação. Castram o tempo de fala. Sem contar com a tropa de choque que é montada para que propostas inovadoras não sejam aprovadas. Essa prática inicia-se desde as conferencias municipais passando pelas estaduais.
Os colóquios(assim são chamados os grupos de discussão) são presididos por algúem que tem a autoridade para coordenar o tempo a fazer ponderações sobre o que é discutido bem como referendar o que será levado para a assembléia final. E é nesse espaço onde o desmantelo começa. Quase sempre esse indivíduo já vem " treinado e armado" para que assuntos indesejáveis não venham à tona. E se vierem, ele(a) trabalha para que sejam sumariamente eliminados.
Estive no grupo que debateu a situação do ensino médio no Brasil. Foi horrível. Lembro-me que o senador cearense Inácio Arruda, pintou um quadro sobre o Ceará que simplesmente não existe. Com muito esforço para vencer as barreiras, consegui contestá-lo. A participação dos representantes da Secretaria de Educação do Ceará, foi deprimente. Entraram mudos e saíram calados. O mesmo vale para diretores do Sindicato APEOC presentes. Claro que isso não é novidade.
Lição de força e dignidade quem deu mesmo foram os representantes da educação no campo, os indígenas e o movimento GLBTT. Alegando não haver mais tempo para o debate, a mesa queria encerrar as discussões. O grupo não aceitou. Partiu para cima mesmo. Tiveram até que chamar aqueles robôs treinados sem vontade própria, ou seja, os seguranças. Mas nem eles tiveram força suficiente para conter os ânimos. Foi lindo! A mesa teve que terminar o trabalho. Os professores que estavam no debate da valorização do magistério não tiveram essa atitude.
Éramos 40 cearenses na conferencia de 2008. Muitos estavam em Brasília pela primeira vez. Nenhum parlamentar cearense sequer nos procurou.
(Tentei participar ativamente)
( ITAMAR, REPRESENTANTE INDÍGENA DO CEARÁ, A ESQUERDA E PROFº FELIPE MONTEIRO, À DIREITA - BRAVOS COMPANHEIROS)
Como participei de todas as atividades, até mesmo porque era minha obrigação enquanto delegado eleito na conferencia estadual, não fiz turismo na capital federal. Foi somente no último dia, depois da plenária final que pude dar uma volta na cidade. Eu e uma apaixonante professora do interior do Ceará, fretamos um táxi e fizemos um passeio relâmpago.
Em frente ao Palácio do Planalto, ela chorou . Emoção ao lembrar da história do presidente.
( MINHA DIVERTIDA, INTELIGENTE, DIGNA E SIMPLES NOVA AMIGA - EM FRENTE AO PALÁCIO DO PLANALTO)
Sou professor de escola pública há 11 anos. Ela professora , no interior a muito mais tempo. Fomos barrados na porta do Ministério da Educação. E olhe que só queríamos ter a satisfação de conhecer... apreciar os corredores.
( Ministério da Educação-O mais próximo que pude me aproximar)
Tomara que a conferencia desde ano seja menos mentirosa.