Quarta-feira, 15:30min, dia 16 de março de 2016 d.C.
Estou no auditório da Escola AB, sentado no chão, emoldurado por duas centenas de estudantes, junto de colegas professores, luzes apagadas, e, depois de falar-lhes fico assistindo e ouvindo com todos um vídeo com imagens grotescas da Ditadura militar brasileira tendo ainda como fundo musical a composição metafísica de Geraldo Vandré - Pra não dizer que não falei das flores. Todo mundo se preparando para a II Marcha em defesa da Educação Pública. Começo a cantar junto mas, a voz embarga; baixo a cabeça.
Coisas passam na minha frente. Leciono ha vinte anos - Será que estou fazendo um bom trabalho? Será que as posturas e pensamentos que defendo atualmente são dignos de respeito? Será que estou ofendendo ou magoando pessoas que conheço, que me conhecem ou que nunca vi? Vale a pena tudo isso? Estou ferindo? Estou me ferindo?
Estou cansado. Estou preocupado. Preocupado com muita coisa: os problemas de saúde de minha velha mãe, os problemas de relacionamento com minhas irmãs; preocupado com o futuro político e social do Brasil, preocupado ainda com as pessoas que magoei e as fiz sofrer, preocupado com minhas perturbações e tentações internas. Estou ficando velho, não sei se continuo solteiro; não sei se me caso ou me amancebo e também nem com quem. Quero ser pai: não sei se fabrico uma criança biológica ou se vou no lixo mais próximo e pego uma ... não sei, não sei...Chorei calado.
Também não sei quem fez esta foto.
Curto, direto e simples mas cheio de sentimento. Eu devo dizer que tem me orgulhado muito, por tudo. Por ter superado algo tão sério, por não ter mais sumido, por ser quem é. E posso dizer de todo coração que me orgulho por estar se deixando adentrar, se permitindo expor sentimentos que até então eram desconhecido pra muitos. E não, isso não é ruim. Só posso agradecer por tudo e dizer que se precisar, eu sempre vou esta aqui. Independentemente de qualquer coisa.
ResponderExcluirEstar*
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