domingo, 13 de setembro de 2015

Dança das épocas.


Quando a aprendizagem acontece de verdade o resultado é arrebatador. Divido com os senhores e senhoras a produção abaixo. Uma aluna do ensino médio que após uma aula de geografia econômica transforma o rebuscado conteúdo em Arte Literária.                                                                                                                      
                                                                                                                   
  Por: Vitória Cardoso*
      

  Quando a luz apaga

     Todos dormem no silêncio de seus individuais

       Quando finalmente tudo acaba

E conseguimos aos poucos tocar o chão.
Isso era tudo que não queríamos
Apenas isso que temíamos
Chegamos a revolucionar contra
fizemos guerras
Destruímos lares
E o mais impressionante
O mais contraditório
É que dentro dos contos
no jogo dos tronos
O vilão sempre foi o que lutou por algo que perdeu
Isso sempre aconteceu e sempre os odiamos
uma das leis imutarei que fazemos parte.
 isso que nos restou de um tempo
em que nossa bodega era a arvore
Que brigávamos apenas para melhorar o todo
aquele tempo perdido no meio dos espelhos
que foi esquecido no chão de terra
Aqueles peixes que era tudo que comíamos
Era tudo que explorávamos
Aquela caça do dia
aquelas rodas de fogueira
Aquela fumaça que antes
Era apenas o sinal das nossas alegrias
Que incendiava apenas as dores
Dores que viraram chutes ao chegar
dores que dessa vez...
Nenhuma fogueira podia acabar
De quando de tudo roubaram
de tudo zombaram
Com tudo nos maltrataram
E depois... disseram que tudo ia melhorar
Que após nos prenderem
Iam nos ensinar a rezar
e enquanto de joelhos estávamos
Foram aproveitando para a oferta pegar
E de tudo nós demos
porém a dor só se alimentava
Aquela dor que só a fome junto ao medo de gritar nos trás
E por conta dessa ferida
Mais uma vez nos deixamos enganar
 Mais uma vez perdemos
Nos jogaram mundo a fora
E forçaram para que deixássemos nos roubar
Mais uma vez trabalhamos e buscamos
E Fazer com que tudo pudesse parar
Só que mais uma vez
Vieram outras coisas, outras presas, outras máquinas
Para nos dizer que aquele tempo era primitivo
e que eramos apenas burros
Por não saber o que era matar
Por não saber o que era jogar fora
Era o tempo dos dias bons que nos forçaram a esquecer 
Em que não precisávamos sobreviver
Para então enfim
   Eatar outros e dizer

    Que isso ou aquilo era viver.


 
* Estudante secundarista da EEM Gov Adauto Bezerra.

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