terça-feira, 20 de julho de 2010

DIA DO AMIGO

Não precisamos de datas oficiais para prestar homenagens ou para lembrarmos de alguém. Também temos que ter cuidado para que tais datas, mesmo que interessantes, não nos torne bonecos de falsos sentimentos e " presenteadores politicamente corretos ". Meus sobrinhos e sobrinhas não gostam dos meus presentes, pois na maioria das vezes, são votos de muita saúde e felicidade.

Dizem que hoje é o Dia do amigo. Para não mediocrizar a homenagem presenteio vocês com belo poema de Machado de Assis.

BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos
, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos
, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!




3 comentários:

  1. O ano é 2.050 D.C. - ou seja, daqui a quarenta anos - e uma conversa entre
    avô e neto
    tem início a partir da seguinte interpelação:
    – Vovô, por que o mundo está acabando?
    A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo
    tom, vem a resposta:
    – Porque não existem mais
    PROFESSORES, meu anjo.
    – Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

    O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres
    elegantes e dedica-
    dos, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos
    atrás, trans-
    mitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se
    comportar, loca-
    lizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas.
    Principalmente, ensinavam

    as pessoas a pensar.
    – Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
    – Sim, ensinavam, mas não
    eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores,
    que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos...

    – E como foi que eles desapareceram, vovô?
    – Ah, foi tudo parte de um
    plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por
    alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio
    primeiro, mas,
    sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as
    formas de ava-
    liação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim,
    sabendo ou
    não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o
    estímulo para o
    estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma
    coisa.
    Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos
    professores, que passa-
    ram a ser vistos como empregados de seus filhos.

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  2. Estes foram ensinados a dizer "eu estou pagando e você tem que me ensinar",
    ou "para
    quê estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você"
    ou ainda "meu
    pai
    me dá mais de mesada do que você ganha". Isso quando não iam os
    próprios pais gritar
    com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação
    de escolas
    par-
    ticulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na
    qualidade do ensino,
    quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores,
    dizendo que eles
    não estavam conseguindo "gerenciar a relação com o aluno". O
    professores eram víti-
    mas da violência – física, verbal e moral –
    que lhes era destinada por
    pobres e ricos.
    Viraram saco de pancadas de todo mundo.

    Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre
    esbarrava na obsessão
    dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer
    faculdade que fosse.
    "Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu
    filho passar no
    vestibular", diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim,
    praticamente todo o
    ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a
    aprendiza-
    gem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou
    decoração de fórmulas.
    Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a
    todos, e
    nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.

    Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram
    gradativamente
    sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando
    alguém critica-
    va a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa
    era do professor.
    As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as
    pessoas
    "bem sucedidas" eram
    políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores
    de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim,
    pessoas sem nenhu-
    ma formação ou contribuição real para a sociedade.

    Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa
    chamada dita-
    dura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase
    acabaram com
    eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do
    combate aos
    subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram,
    porque a
    tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o
    poder, implantaram
    uma tal de "educação libertadora" que
    ninguém nunca soube o que é, fizeram a apro-
    vação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de
    misericórdia nos
    professores. . .

    Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.
    – Não conheço essa
    palavra. O que é um milico, vovô?
    – Era, meu filho, era, não
    é. Também não existem mais...

    Celso Dias de Aquino

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  3. Massa! Gostei...

    O H escreve muito bem...

    Carla Ângela

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