segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Estudantes pensam. E pensam muito bem.

 O censo comum insiste em continuar gritando aos quatro ventos que os alunos " não querem nada" e que na escola, principalmente a pública  "não se produz conhecimentos". Venho aqui contestar veementemente tais diarreias mentais. Volto a publicar neste modesto espaço de comunicação mais algumas produções intelectuais dos estudantes da instituição de ensino onde trabalho atualmente.

Trata-se de redações que versam sobre a LAI - Lei de Acesso à Informação. São trabalhos realizados objetivando a participação da Escola Adauto Bezerra no 6º Concurso de Desenho e Redação promovido pela Controladoria Geral da União - CGU que neste ano de 2014 trouxe como tema: Acesso à informação: um direito de todos.      

Para nós os professores ver estudantes com este nível de reflexão é motivo de honradez e alegria, pois temos a certeza de que estamos fazendo um bom trabalho para a construção um país mais justo, honesto, politizado e crítico. Acho que é por isso que os representantes do executivo e do parlamento nos odeia tanto.

Trabalho de Isabelle Silva Marques - aluna do 3º ano 

Trabalho de Lucas da Silva Gonçalves - aluno do 1º ano

Trabalho de Deivid Mota Santana - aluno do 2º ano

A escola serve para alguma coisa. Não sei para o que, mas serve.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Escola presta pra alguma coisa. Não sei pra que, mas presta.

É com muita satisfação que divulgo no meu blog o texto de Deivid Mota Santana. Um rapaz admirável. Centrado sem ser bitolado, elegante e engraçado. Foi meu aluno no 1º ano do ensino médio na Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra. Seu trabalho faz uma exposição crítica sobre a realização dos Jogos da Copa do Mundo na cidade de Fortaleza. Merece ser lido. Esta produção foi agraciada com o 1º lugar no concurso de redação da instituição. 
Arena Castelão: O outro lado da bola
            Fortaleza, conhecida por suas belezas naturais e por seu povo alegre e hospitaleiro. Toda a nossa culinária, nossa cultura e o carinho cearense está reservada para quem vem conhecer a nossa terra. Uma das capitais mais visitadas por turistas nacionais e internacionais durante todo o ano.

            A Copa do Mundo FIFA 2014 está dando à Terra da Luz a oportunidade de mostrar ao mundo porque é a Cidade-Sede da alegria. Mas os fortalezenses se deparam com uma importante questão: será viável e positivo para a cidade sediar um evento de tamanho porte?

            A Arena Castelão, que abrigou os jogos da Copa das Confederações em 2013, na capital do Ceará, foi a primeira arena a ficar pronta entre todas as cidades-sede; por outro lado, ao sair do estádio, os possíveis problemas relativos à mobilidade tornam-se visíveis. Para o professor Renato Pequeno, mesmo que sejam concluídas as obras de mobilidade urbana, como, por exemplo, o alargamento da Avenida Alberto Craveiro, a construção de uma rotatória ao lado do estádio e a construção de um túnel por baixo da rotatória que ligará a Avenida Paulino Rocha à Via Expressa, no tempo previsto para os jogos, essas obras de mobilidade não correspondem às principais dificuldades de mobilidade urbana que a cidade enfrenta.

            Muitos defendem que a realização da Copa irá atrair grande quantidade de turistas para o país, gerando lucro para empresas, empregos para os brasileiros e exaltar o espírito nacionalista do povo. Além das melhorias no sistema de telecomunicações, principalmente internet e celulares, visando atender a alta demanda durante os dias do evento. Estas melhorias serão usufruídas pelos brasileiros durante e após a Copa. Entretanto, o impacto social provocado pela construção e reforma do estádio Castelão é questionável. São obras que estão levando a milhares de remoções. Famílias estão sendo destinadas a morar em espaços mais periféricos: as obras estão gerando exclusão social e territorial. Além disso, os arredores da Arena há áreas bem mais densas e pobres, cheia de favelas e com muitas áreas de ocupação. É válido ressaltar sobre os milhões gastos que não foram direcionados à saúde, educação e segurança; motivo de várias manifestações públicas que acontecem até os dias atuais.

            É fundamental que não só os fortalezenses, mas todo o povo brasileiro não se esqueça dos problemas sociais e políticos que existem no país e tenham a ciência de que os aspectos negativos desse evento podem se sobrepor às vantagens, se não houver uma constante fiscalização por parte da população que viabiliza a permanência da qualidade dessas obras. Outro ponto importante seria se o Governo Federal e entidades privadas investissem em transporte, habitação, viadutos, obras de sinalização e promoção de acessibilidade, investimentos esses que mesmo depois de terminado o evento continuarão no país beneficiando toda a sua população e não só as cidades-sede.

            Por tudo isso, e mesmo com as ressalvas colocadas, acredito e espero que tenhamos uma excelente Copa do Mundo em Fortaleza. Bom, mas como torcedor, é óbvio que vou “curtir muito” ter um resultado positivo. Sempre atento para que as coisas aconteçam corretamente.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sou uma criatura sem futuro.



Durante uma aula na instituição onde trabalho atualmente, não sei por que “cargas d´água”, de climatologia o assunto precipitou para profissões. Um estudante afirma: - Professor é uma profissão sem futuro.

Isso nos leva a uma pergunta: O que é uma profissão de futuro? O que faz uma profissão ter futuro e outra não? O que faz um curso universitário ser mais importante que outro?

Se formos beber um pouco na fonte da Sociologia constatamos que para a sociedade, os cursos mais tradicionais, ainda são vistos com maior relevância, o que gera maior Status Social. Historicamente, os que tinham posses, terras, escravos/empregados, dinheiro, sempre fizeram parte da elite. E além desses, somente artistas ou outros letrados tinham alguma ascendência social.

As profissões como direito, engenharia e medicina sempre estiveram diretamente ligadas ao desenvolvimento e transformação do mundo, afinal, saúde, leis e criações sempre foram os alicerces da sociedade. Assim, as famílias direcionavam seus filhos para estudarem os cursos tradicionais. À época todos eram “doutores”. Isso criou uma tradição.

Assim, se os ricos (pessoas de futuro) obrigavam seus filhos a se formarem nesses cursos, esses, quando tivessem suas proles, replicariam o mesmo conselho, e assim por diante. Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra tradição significa: transmissão de doutrinas, de lendas, de costumes. Durante longo espaço de tempo, a tradição é o laço do passado com o presente; costume transmitido de geração a geração.

Percebe-se que ter futuro é ter dinheiro. É trabalhar em algo que dê dinheiro e que leva o indivíduo a ter status social. Esse status tem que ser exibido o máximo possível. E deve ser percebido por todos. Para tanto essa simbologia é transmitida para os objetos. Roupas, carros, joias, bebidas. É o fetichismo. A coisificação das pessoas, o endeusamento dos produtos em detrimento da vida humana.

Se ter futuro é ter dinheiro, aqui vão algumas sugestões minhas:
1. Seja traficante de drogas;
2. Seja assaltante de banco;
3. Seja político ladrão;
4. Seja prostituto(a) e venda seu corpo para as pessoas de futuro, aquelas mesmas que possuem status social.

No entanto, não esqueça: para fazer parte deste grupo de pessoas de futuro o senhor e a senhora também tem que estar disposto a matar e/ou morrer. Mas, e daí? O importante é ter dinheiro não é? A vida é uma coisa sem futuro. Afinal de contas você só vale o que tem! Se não tens nada, então não vales nada. O importante não é estar bem e sim ter bens. O mundo é dos mais espertos. Não é essa a famosa sabedoria popular? E como todos dizem: a voz do povo é a voz de Deus.

Desculpem-me mas não acredito nesta voz. 

Prefiro minha profissão sem futuro e ficar com as palavras de Fernando Pessoa – “ O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

Eu e minha profissão sem futuro.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Cid Gomes manda beijinho no ombro.

Liberdade de expressão e direito a livre opinião são atualmente temáticas discutidas no Brasil e em todo o mundo. Para alguns é preciso regulamentar e construir diretrizes para o uso das mídias principalmente a internet. Países autoritários como a China conseguiram o que parecia impossível: barrar o todo-poderoso google. Aqui no Brasil o Marco Civil da internet aprovado recentemente foi e é objeto de debates acolorados. Para alguns é um espécie de censura e para outros é uma forma de coibir abusos. Então, quando é que algo publicado pode tornar-se crime? Até aonde pode ir a liberdade de expressão? Até quando uma opinião pode considerar-se crime? O que pode e o que não pode ser censurado? Será que é proibido proibir? Ou será que liberdade demais gera libertinagem?

Faço todas essas indagações por causa do vídeo aqui postado. Antes mostrei para colegas professores a disse que iria colocá-lo aqui no miolo; a maioria foi enfática: não publique, pois conhecendo a família Ferreira Gomes você pode sofrer represálias e talvez até um processo administrativo com a possibilidade de exoneração.

Bem meu povo, primeiro acredito que o senhor governador tem muito mais o que fazer e não vai perder seu precioso tempo monitorando o blog de um professorzinho de merda como eu. Segundo que na internet há uma série de outras montagens como a que o coloca como" garota do fantástico" após o famoso fato do mergulho no tanque. Ele nem tchu e nem tcha. Terceiro que a montagem o coloca "por cima da carne seca", pois ele, seu comandado Roberto Cláudio e seu mentor-irmão estão na crista da onda da moda e dando beijinho no ombro para quem tenta incomodá-los. Na verdade estou fazendo é uma homenagem a estes senhores. Quarto, eu não tenho medo. Sou um bom professor, mais também sei cozinhar e sou também um ótimo vendedor. Não ficarei desempregado.
              
P.S. -Obrigado Andréia por esta pérola.



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O caos na educação do Ceará.

Quinta-feira 11 de setembro de 2014 d.C.

Mais uma vez estive na rua com estudantes e colegas professores. E mais uma vez a luta, o protesto a reivindicação era por respeito à educação. 

Só para a lembrar - a encarnação de Belzebu está no Ceará com a alcunha de Cid Gomes e ainda é o atual governador. Esta criatura acaba de demitir os professores que trabalhavam temporariamente nas unidades de ensino do estado substituindo outros professores que estão com licenças saúde, maternidade, para estudos e outras situações. Este fato deixou milhares de estudantes do Ceará sem aulas e tudo isso próximo de ENEM e do final do ano letivo.

Durante o ato de protesto que percorreu as ruas do Bairro de Fátima em Fortaleza e dirigiu-se para o Ministério Publico, Procuradoria da República e o Tribunal Regional Eleitoral aproveitei a oportunidade para fazer uso da palavra ao microfone e durante esta grande aula de campo tive que procurar ser o mais didático possível. E durante a minha fala dentre outras intervenções disse:

- Sabem o que é o Ministério Publico? É um lugar com servidores públicos que fizeram Direito para fazer a coisas direito. Eles tem o poder de dizer para o Cid - Ei, macho contrate imediatamente os professores, mostre que é assim que se faz um novo Ceará, pois educação é um serviço essencial para a sociedade.

- Na Procuradoria afirmei: sabem o que faz um Procurador? Ele procura. Procura o que? As coisas que o governo não quer achar. E que estamos procurando? A educação. E cadê a educação? Cadê os professores? Procurador nos ajude a procurar!
- Nossa gente, olhem que prédio bonito. Parece o Palácio da Justiça dos super-amigos. Lá, tem um buraco no teto por onde o super-man sai para socorrer a humanidade. Por qual buraco vai sair o Procurador?     

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Houve um tempo em que...

Houve um tempo em que a palavra de um homem era lei, era respeitada, tinha crédito e era sinônimo de confiança. Houve um tempo em que os documentos, os escritos, os tratados e protocolos eram respeitados, tinham crédito e eram de confiança.

Houve um tempo em que o PSDB, o PMDB, o PT, o PCdoB, o PDT, o PSB e o PQP eram o que diziam ser. Hoje não mais os reconhecemos. Estão todos no mesmo depósito onde ficam os excrementos. Percebem-se as coligações mais absurdas e inimagináveis. Não dá mais mais para acreditar nos partidos. Vereadores, deputados, governadores, prefeitos, senadores, trocam mais de partido que de cueca e calcinha. Os políticos são como tapiocas, só virando de um lado para outro, sem falar que tomam café da manhã com cristãos, almoçam com radicais, jantam com ateus e dormem com os demônios.

E, para não concluir, palavras e expressões que começam com PROS:   

Prostrado;
Proscrito;
Prostíbulo;
"Pros"míscuo;
"Pros"xeneta;
"Prosta que Prostiu";