No interior, onde comecei ministrar aulas aos 15 anos, um de meus alunos, praticamente da minha idade fugiu com uma mulher de mais de 30 anos. "Apaixonou-se". Detalhe: ela era uma bela prostituta e o abandonou na cidade seguinte para ficar com outro.
O ano era 2002, aqui em Fortaleza. Uma de minhas alunas toma "chumbinho"(veneno para ratos), na escola. Tivemos que socorre-la às pressas. Motivo: "desilusão no amor".
2005, um casal de alunos do 2º ano, mortos de " apaixonados" resolvem morar juntos. Não tem casa nem emprego. Ela engravida, ele a abandona, ela toma um remédio abortífero e quase morre.
Estes são alguns casos, de " amor adolescente" que presenciei neste meus 12 anos de magistério. São muito mais. Chega ao meu conhecimento pelos 05 a cada ano.
O último está acontecendo agora, em uma das instituições na qual trabalho. Uma jovem estudante do 1º ano do ensino médio, com 16 anos, sumiu das aulas nos últimos dois meses. Descobri que a mesma sai de casa todos os dias fardada, mas não entra na escola. Detalhe 1: - o namorado vem pegá-la na esquina e vão para outro lugar. Detalhe 2 - ele é bem mais adulto que ela; Detalhe 3 - Ele nem estuda nem trabalha; Detalhe 4 - Ela vai perder o ano de estudos; Detalhe 5 - A turma da escola da qual ela faz parte já sabia. A escola não sabia; a família não sabia. Detalhe 5 - suas colegas me contaram que a mesma afirma que sua mãe vai compreender, pois fazia a mesma coisa na sua idade.
Alguns considerações e reflexões
Com idade que tenho considero-me até um indivíduo moderno e desencanado. Sou aberto e sensível aos novos relacionamentos e procuro compreender o outro como realmente são: humanos e falhos. Mas, para algumas outras coisas sou careta como dizem. E gosto de ser assim. Por exemplo; não aceito e não concordo com vivencias sexuais precoces. Não aceito pré-adolescentes e adolescentes transando abertamente como se fosse a coisa mais normal do mundo. A permissividade e o exagero está atingindo níveis alarmantes que na minha concepção comprometem a vida em sociedade. Não estou falando de "moral e bons costumes" nem de puritanismo. Falo de formação, respeito a algumas regras que são necessárias.
Temos "criança parindo criança". Pais e mães que não possuem nenhuma estrutura psicológica ou material para para cuidar de outra vida, outro ser.
Como as famílias não dialogam os adolescentes estão sendo formados nas regras da rua e modismos da mídia de massa.
Os casos que relatei acima possuem o mesmo pano de fundo: os protagonistas estavam "apaixonados". É perceptível, é necessário e urgente que precisamos conversar com os jovens sobre esses sentimentos, esses fatos e casos. Para que os mesmos não se deixem levar ou se engar com falsas ilusões.