Divido com vocês um texto que ganhei do meu ex-aluno Braiam Lima Batista.
É muito difícil escrever sobre algo desconhecido; posso dizer que pessoas são identificáveis, previsíveis... Mas, imaginemos um ser que não preto nem é branco, não rico nem é pobre, nãe é bonito nem é feio, não é velho nem é novo, não é forte nem e fraco, não é do bem nem do mal, não é tudo, nem é nada .... Não é indeciso, nem mediano, porque pessoas medianas são insossas, sem graça, chinfrim...
Aquele que não se deixa conhecer mas, aprecia conhecer. Que na busca pelo saber, acabou por se perder. Não sabe de tudo, mas de tudo sabe um pouco. Pouco moderado " humilde", mas sensato, profundo, interessado nas ciências humanas. Quer saber como funciona os negócios, literalmente meter os pés pelas mãos, para se arrebentar mesmo. Ele sabe que só ele se conhece. E não adianta contestar, sem objeções, porque ele é assim, só para quando vê que o negócio não dá certo mesmo, por aqui e acolá dá os seus jeitos.
Sempre de muitos alardes, onde tudo é catastrófico, onde a simplicidade de um problema é elevada ao patamar da improbabilidade, porque ele arranca a folha do dicionário da palavra impossível.
E com seus discursos apocalípticos, hipoteticamente falando, parece sempre o fim de tudo, mas já tem as soluções, foi e é tudo só para assustar. Muito concentrado é sério, crítico e observador, mas quando perde o foco, quebra a rutilancia da seriedade com uma gargalhada fatal, que desconcentra qualquer um.
Um pouco de fermento leveda toda a massa. ( GI, 5,9)
Assim também é Henrique, se você está próximo a ele, é iminente a perturbação, os cutucões, puxões, carões e as cobranças. Sem meias palavras, como ele prefere, onde sim é sim e não é não. Henrique Gomes é um enxamista, um formador de motim, não para boicotar nada. Não sabe estar quieto. Que espécie é essa ainda não catalogada?
Que não se adapta ao ambiente, mas modifica o ambiente para que se adapte a ele. Trata tudo com verdade e exige compromisso. Nunca prometa nada a ele porque ele vai perturbar, cobrar, encher o saco... Ele mexe conosco, com o nosso psicológico; diz que: - vamos fazer uma coisa para bagunçar as ideias do povo, cutucar o Adauto Bezerra, despertar, acordar... Mas na verdade aquela ideia toda mexe mais conosco do que com o Adauto, e acaba acontecendo o que ele queria. Poucos se salvam, salvam um sonho que não deveria ser só nosso, salvamos o GEMA.
Quem muito fala pouco faz, por isso é que eu escrevo.
Esse ser que vocês veem, é uma coisa pra ser escutada, que não vai falar merda, muito convicto de si, sempre fala como se estivesse certo, sempre precavido, fala de boca fechada, porque assim as moscas não entram e as palavras ociosas não passam. Difícil de agradar, exigente, nada nunca é bom o bastante, tudo é interessante, nunca é bom ou excelente.
Ele é assim mesmo. Muitos discursos e sermões. Mas de onde tira esses conhecimentos? Onde fica? Com quem fica? O que come? O que faz? Mas todas essas respostas não bastam. Conversas proveitosas, poesia, monólogo, prosa...
Pode achar que não tem sentimentos, que não ama, que não é amado, nunca está alegre, nunca está triste, parece morrer, vem morrendo a cada dia que passa, encontro-o sempre em pior estado do que da última vez; sobrevivendo vem decadende já a gente nasce não para viver, mas para morrer. Pra ressuscitar? Depende do que você crer.
Ele quer ver e conversar com formadores de opinião, poucas são as pessoas que se tornam o que ele queria.
Não o tente entender. Assim mesmo ele é. Sempre desaparece, nunca aparece, se perde, se acha, fica, passa, nunca vai realmente, sempre volta pra gente.
Braiam Lima Batista.
Para: Henrique Gomes.
Fortaleza, 25 de junho de 2011.